quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Medalhas dos 20 km marcha dos mundiais de Berlim redistribuídas em Londres

Wang Hao, Éder Sánchez e Giorgio Rubino no pódio dos 20 km
de Berlim-2009. Fotos: Zimbio, Comité Olimpico Mexicano e FIDAL.
Montagem: O Marchador
Nos 20 km marcha dos campeonatos mundiais de atletismo, em Berlim´2009, Valery Borchin (Rússia), ganhou a competição, recebendo, consequentemente a medalha de ouro. Seis anos depois do evento, soube-se que o atleta se dopara. A 26 de março de 2016 o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou o facto e suspendeu o atleta considerando nulos os resultados obtidos por aquele no período de 14 de agosto de 2009 a 15 de outubro de 2012, entre os quais os de Berlim.

Neste sentido, a IAAF entendeu por bem premiar o esforço honesto dos atletas numa cerimónia oficial que terá lugar no dia 13 de agosto (data da realização das provas de marcha), às 16:20 horas, na Avenida The Mall. Várias outras cerimónias de premiação, em outras disciplinas, serão realizadas no decorrer dos mundiais, também por motivo de desclassificação de atletas por doping, nomeadamente, nos mundiais de Daegu, Berlim e Moscovo. O chinês Wang Hao, que conquistara a medalha de prata, receberá oportunamente a medalha de ouro, pois não estará fisicamente presente na cerimónia (a China selecionou, para a prova masculina dos 20 km, Xianqqian Jin, Kaihua Wang e Rui Wang), o mexicano Éder Sánchez ganha a medalha de prata (em vez da de bronze) e o italiano Giorgio Rubino a medalha de bronze.

Wang Hao, de 27 anos de idade, tem um recorde pessoal nos 20 km de 1:18:13, obtido a 22 de outubro de 2009, em Jinan (China), tendo nos mundiais de Berlim conseguido a marca de 1:19:06. Note-se que o agora declarado campeão mundial já vencera a Taça do Mundo de Marcha, em Chihuahua (2010) e nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) fora 4.º classificado, sempre na distância de 20 km.

Para Sánchez, de 31 anos de idade, nascido em Tlalnepantla, no Estado de México, e que se encontra atualmente a estagiar na Polónia com vista, precisamente, a competir em Londres, nos 20 km (o objetivo é posicionar-se nos 16 primeiros), a notícia realmente agradou-lhe bastante se bem que teria sido muito melhor para ele a “descoberta” do doping do russo com uma maior antecedência pois teria conseguido outro tipo de apoios e maiores proventos económicos e, certamente, com melhores resultados desportivos.

Para Rubino, de 31 anos de idade, nascido em Roma, e que também vai competir nos 20 km marcha dos mundiais de Londres (a Itália apresenta 8 marchadores). Na sua página pessoal de facebook, o atleta transalpino disse que recebeu a notícia como se tratasse de um sonho, finalmente concretizado, após muitos anos de sacrifício e que a sua carreira podia ter sido outra caso tivesse recebido a medalha há 8 anos, usurpada, ainda segundo Rubino, por um dos maiores dopados da história do desporto e que continuou a usufruir de "mordomias" enquanto outros trabalhavam com toda a honestidade. Para ele, não há que perder a fé na justiça e há que acreditar sempre no trabalho que se realiza pois, mais cedo ou mais tarde, a recompensa surgirá deixando, por fim, um apelo: "Nunca deixem de sonhar!".