domingo, 14 de maio de 2017

Portugal nas Taças da Europa de Marcha (Cheboksary – 2003)

A equipa portuguesa de 50 km em Cheboksary-2003.
Fotomontagem: O Marchador
Foi necessário que se chegasse à quinta edição da Taça da Europa de Marcha, disputada na cidade russa de Cheboksary, para que Portugal saboreasse o seu primeiro grande momento coletivo na competição com a conquista da medalha de bronze nos 50 km marcha. A seleção portuguesa ficou apenas atrás de duas grandes potências mundiais da especialidade, a Rússia, que meteu três seus atletas nas três primeiras posições, e a Espanha, cujos três primeiros classificaram-se em 4.º, 5.º e 7.º lugares.

A nível masculino, constitui, ainda, o único troféu conquistado por Portugal em todo o historial da competição. Pedro Martins (10.º lugar), Jorge Costa (20.º) e Luís Gil (24.º) foram os autores de tal façanha (Mário Contreiras, o outro componente da seleção, viria a desistir), Recordamos e enaltecemos a proeza dos nossos homens que muito trabalharam para tal objetivo (faltou um maior reconhecimento público). Bem hajam todos!

Também no plano feminino, Portugal haveria de conseguir uma boa posição coletiva na prova dos 20 km, alcançando a quinta posição com uma equipa consistente e da qual fizeram parte, Susana Feitor, num ótimo 5.º lugar (1:29:08), Vera Santos, Inês Henriques e Maribel Gonçalves.

Individualmente foi João Vieira quem obteve a melhor prestação no evento, graças ao quarto lugar na prova dos 20 km (1:21:01), a apenas cinco segundos da medalha, conquistada pelo russo Vladimir Andreyev, e a 9 segundos da medalha de prata do italiano Alessandro Gandellini.

A nível organizativo, e nos meios utilizados, num ambiente de grande festa e de confraternização foi, certamente, um dos melhores de quantos se assistiu. Vários elementos da delegação portuguesa referiram-nos que, excetuando cerimónias de Jogos Olímpicos, nunca tinham visto nada de igual. Assistiram às provas cerca de 50.000 pessoas.

Dos Oficiais designados para esta Taça da Europa, o português Luís Dias integrou o Júri de Apelo.

Pedro Martins (o nosso melhor homem dos 50 km), viveu esses momentos com emoção:

 A viagem foi longa e cansativa, mas tudo o resto compensou.

 Lembro-me de um percurso de 2 km paralelo a um lago, completamente plano e com um óptimo piso. As viragens eram largas a amplas.

Num dos lados, havia uma encosta, que desde o tiro de partida para a 1ª prova ficou cheia de pessoas a aplaudir euforicamente. Aplaudiam não só os atletas russos, mas todos os outros. Aplaudiam a Marcha Atlética!

Pessoalmente o meu 10.º lugar não refletiu a minha melhor marca pessoal (pois não estava no meu melhor), mas refletiu uma grande classificação colectiva, o 3.º Lugar. Certamente motivados pelo apoio enérgico dos espectadores e pelas excelentes condições da organização.

 Memorável!