sexta-feira, 12 de maio de 2017

Portugal nas Taças da Europa de Marcha (Eisenhuttenstadt – 2000)

Vera Santos e Carla Monteiro, as juniores que obtiveram o 4.º lugar
coletivo em Eisenhuttenstadt-2000. Fotomontagem: O Marchador
Na terceira edição do evento, além das habituais provas dos 20 km masculinos e femininos e dos 50 km masculinos, houve a novidade da inclusão dos 10 km juniores (ambos os sexos), competições realizadas numa área amplamente arborizada e onde os termómetros subiram a níveis elevados.

Com a equipa dos 50 km a classificar-se num agradável sétimo lugar (o atleta da Lousã, Virgílio Soares, foi o melhor representante luso na distância, em 20.º lugar) foi, contudo, na prova dos 10 km juniores femininos que a delegação portuguesa obteve o seu melhor resultado, com as nossas jovens atletas, Vera Santos, no 8.º lugar, e Carla Monteiro, na 13.ª posição, a evidenciaram-se com a obtenção do quarto lugar coletivo (a apenas três pontos da Alemanha, a seleção anfitriã), o que até aos dias de hoje, neste escalão etário, mais nenhuma seleção atingiu tal patamar.

Os tempos então obtidos por Vera Santos e Carla Monteiro deram-lhes a possibilidade de estarem presentes nos Campeonatos Mundiais de Juniores, que tiveram lugar nesse ano em Santiago do Chile, a primeira obtendo um excelente 5.º lugar, a segunda melhor prestação de todos os tempos alcançada por uma especialista, isto depois dos sucessos de Susana Feitor em 1990 (ouro) e 1994 (prata) e, note-se que, em todo o historial da competição, apenas mais quatro medalhas (no conjunto das outras disciplinas do atletismo) foram obtidas por atletas portuguesas.

Em funções oficiais no evento estiveram dois portugueses: José Dias, que integrou á equipa de juízes internacionais de marcha, e Luís Dias, que fez parte do Júri de Apelo, que também integrou Irena Szewinska, a famosa velocista polaca que ganhou 7 medalhas olímpicas, três das quais de ouro.

Por ocasião do evento, a Comissão de Marcha da Associação Europeia de Atletismo, que integrava o português Luís Dias, reuniu-se com vista à análise da evolução da especialidade no continente europeu, tendo proposto medidas à AE, tanto no âmbito técnico como no referente ao ajuizamento das provas de marcha.

Pedro Martins descreve-nos o que lhe ficou na retina. “Lembro-me que o percurso foi desenhado num parque arborizado, com um perímetro de 2000 metros, embora com uma parte do piso algo danificado por algumas raízes de árvores que já começavam a levantar alcatrão, o que fazia com que os atletas fizessem alguns desvios para procurar o melhor piso. Mas de uma forma geral, um percurso muito rápido.

Sem dúvida, a prestação da equipa júnior feminina constituiu uma agradável surpresa, com as atletas a alcançarem individualmente, marcas que deixam saudades...