sábado, 13 de fevereiro de 2016

ITÁLIA – Convenção sobre o ajuizamento – III

José Dias, juiz internacional de marcha da IAAF, em Ancona.
Foto: organização local
José Dias iniciou os trabalhos da tarde de sábado, explicando o sistema de graduação dos juízes especialistas de marcha em Portugal, processo implementado em 1990, a constituição dos painéis e a necessidade de manter um bom nível do ajuizamento, que se quer rigoroso, consistente e de sentido profissional.

Referiu-se às competições organizadas pela Federação Portuguesa de Atletismo e a todo o processo de nomeação dos juízes de marcha para as diferentes competições, realçando que os mais experientes do painel mais elevado (Grau A) são chamados a intervir nas provas de maior exigência competitiva.

Por fim, debruçou-se sobre o sistema de formação e certificação dos juízes especialistas de marcha no nosso país, que determina o acesso aos diferentes níveis (painéis nacionais de graus A e B e painéis regionais), acentuando que a componente prática é a mais valorizada neste género de cursos.

Mara Baleani, juiz-chefe das provas de marcha dos campeonatos italianos de sub-23 e sub-20, apresentou as folhas de registo e controlo dos juízes de marcha que atuaram nas referidas competições, anunciando que a partir de 2016 aquelas serão tornadas públicas.

Seguiu-se um intenso debate, moderado por Luca Verrascina e Maurizio Damilano, a propósito do trabalho realizado pelos juízes de marcha na pista coberta, realmente muito participativo. Cada um dos atletas que registaram faltas ou foram desclassificados foram objecto de discussão com os participantes a manifestarem-se, num sentido ou noutro, sobre as suas próprias opções. De assinalar, curiosamente, que, de uma forma geral, os técnicos de alguns dos atletas desclassificados, presentes na sala, não colocaram em causa a justeza da decisão dos juízes, aceitando-as de forma implícita.

Enrico Benes, membro da FIDAL Serviços, exemplificou o novo sistema eletrónico para a transmissão de dados (raquetas amarelas e notas de desclassificação) através da utilização de «tablets» pelos juízes de marcha e que se pode testar verificando-se que é um sistema realmente inovador e simples na sua utilização dependendo, no entanto, das condições da utilização da internet o que se verificou, por vezes, algumas falhas neste capítulo mas com o secretariado das provas preparado para um plano B.