sábado, 8 de agosto de 2015

Quénia: «trials» para os mundiais de Pequim


Grace Wanjiru, ganhando a medalha de bronze nos Jogos
da Comunidade Britânica de 2010, em Nova Deli.
Foto: Nation Media Group

Tiveram lugar no passado fim-de-semana (1/08), em Nairobi (Kasarani), os “trials” quenianos para os mundiais de atletismo, que se realizarão ainda este mês em Pequim. Nos 20 km marcha, triunfaram Samuel Gathimba (1.23.12), na prova masculina, e Grace Wanjiru Njue (1.39.53) na prova feminina.

Há a salientar os sinais muito positivos que a África, esse grande continente do nosso planisfério, vai revelando ultimamente na disciplina, como que sentindo-se a acordar de um longo sono e agora despertando para uma nova e atraente realidade.

Há dias referimos a proeza de uma jovem etíope nos mundiais de juvenis e salientámos a realização de um seminário para juízes de marcha no Congo, apetrechando os candidatos para uma correta análise do gesto técnico-regulamentar dos atletas.

Agora surgem-nos resultados de competições disputadas no Quénia e na Nigéria, com indicadores interessantes e a fazerem-nos pensar que num futuro não muito distante, e se as condições logísticas se proporcionarem, poderemos ter um conjunto de “Gathimbas” a beliscarem a habitual hegemonia das potências da marcha atlética.

Voltemos às provas do Quénia. Nos homens, Gathimba estabeleceu um novo recorde pessoal e melhorou em 47 segundos o seu anterior máximo, que estabelecera a 7 de junho do ano passado, nos campeonatos realizados também em Nairobi, dessa vez terminando na segunda posição. Wachira, com 1.23.45, e Kimutai, com 1.24.41 (recorde pessoal de 1.23.58), ocuparam os restantes lugares do pódio, realizando, todos, mínimos para os mundiais de Pequim. Restará saber se as marcas obtidas reuniriam os pressupostos de aceitabilidade pela AIFA, fundamentalmente pela presença de três juízes internacionais, no mínimo.

Enquanto isto, a vencedora feminina, Grace Wanjiru, em declarações à imprensa do país natal, uns tempos antes, não escondia a ambição que lhe ia na alma, diríamos, imensa alma, ao querer dar uma medalha ao Quénia, o que de todo não se imagina. “Em 16 anos de atividade competitiva tenho observado o aparecimento de talentosos jovens na marcha, mas, devido à falta de apoios, muitos sentem-se desmotivados e enveredam pela corrida”, declarou Wanjiru, campeã africana nas últimas quatro edições, detendo o recorde continental.

Classificações
20 km masculinos
1. Samuel Gathimba, 1:23:12
2. Simon Wachira, 1:23:45
3. David Kimutai, 1:24:41
4. Silvanus Wekesa Karani, 1:29:31
5. Eric Shikuku, 1:31:11
6. Simon Misangu, 1:32:36
7. Joseph Gitau, 1:33:42
8. Peter Theuri, 1:36:16

20 km femininos
1. Grace Wanjiru Njue, 1:39:53
2. Grace Thoithi, 1:44:44
3. Judith Jerop, 1:53:09
4. Ruth Wangui, 2:00:47

Fonte: Heel and Toe Online