quinta-feira, 31 de julho de 2014

Híago García mostra-se satisfeito com a experiência na Rússia

Híago (em cima, o 3.º da esq.) e os seus novos colegas de treino.
Por ocasião da realização dos campeonatos nacionais russos de marcha atlética (Cheboksary), no passado mês de Junho, em que o jovem marchador brasileiro Híago Pereira García, nascido em 1995, participou na prova de 10.000 metros juniores, em pista, ficou a ideia de nos transmitir as suas impressões sobre os seus primeiros meses de estada na Rússia.

Aqui fica o seu relato, que agradecemos:

“Eu estou a estudar e treinar no Centro olímpico na cidade de Penza (fica 100km de Saransk) participo de competições e treinamentos constantemente nas duas cidades, pois Saransk é vizinha de Penza.

Desde que comecei a treinar no país, com os meus treinadores Aleksey Voyevodin (medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas, campeão europeu 2005 e vice campeão da Taça da Europa em 2003, campeão da taça do mundo em 2004 e vice campeão em 2002, nos 50 km, tive uma grande melhoria nos resultados, e o exemplo disso é o meu recorde dos 3 mil metros que antes era 13:45 agora é 12:16 numa competição feita em Saransk. Nos 5 mil metros que antes era 22:14, agora é 22:04 (competição em Penza num calor de 37 graus às 12 horas do dia) e nos 10.000 metros que antes era 47:10 (feito no Brasil) agora é 46:00, feito em Cheboksary. competição na qual atuou o juiz português José Dias.

Vi muita diferença do Brasil com a Rússia, um grande exemplo disso é o investimento no esporte, em que a Rússia tem muitos centros olímpicos, de várias modalidades esportivas, e investe em seus atletas desde da infância até os olímpicos e no Brasil centros olímpicos quase não existe. Lá só se investe nos atletas de ponta, quando já alcançou alguma coisa...

Na foto, tirada em fevereiro deste ano, no campeonato Penzenkiy de Marcha, estão os meus treinadores e a minha amiga atleta juvenil que treina comigo que foi medalha de prata na seletiva europeia em Baku, nos cinco mil metros, Yana Smerdova, e que está a se preparar para os Jogos Olímpicos da Juventude, em agosto, na China.”

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Susana Feitor a presença mais destacada nos Ibero-americanos

Susana Feitor e o Estádio Ícaro de Castro Melo.
Fotos: fb A.Cabecinha e Wagner Carmo/CBAt
Montagem: O Marchador
A marchadora Susana Feitor é a atleta mais destacada da comitiva lusa, de 8 elementos, que de 1 a 3 de agosto tomará parte dos 16.ºs Campeonatos Ibero-americanos de atletismo, que se realizarão em São Paulo. Com mínimos A nos 20 km marcha dos próximos campeonatos europeus de atletismo, a medalhada de bronze nos mundiais de Helsínquia, em 2005, foi, no entanto, preterida pelos responsáveis técnicos da FPA, que acabaram por escolher, para Zurique, Ana Cabecinha, Vera Santos e Inês Henriques.

Assim, Susana Feitor, que se estreia na competição, é forte candidata à conquista de uma das medalhas em disputa na prova de 10.000 m marcha, a realizar na pista do Estádio Ícaro de Castro Mello. O seu recorde pessoal na distância em pista é de 44.07,80 (Seia-2003), tendo 42.39 como a sua melhor marca obtida em estrada (Lanciano-2001).

A espanhola Julia Takacs, que recentemente se sagrou campeã espanhola nos 10.000 m, com um recorde nacional de 42.23,37, é a mais forte candidata ao triunfo feminino na competição ibero-americana, enquanto, do lado masculino, o favoritismo recai no atleta brasileiro Caio Bonfim.

No historial da competição, e contabilizando apenas as provas de marcha, Portugal tem 8 medalhas, num ciclo iniciado em 1983 (Barcelona), com José Pinto (medalha de prata). Ana Cabecinha é a mais laureada, com três medalhas conquistadas (ouro em 2010 e 2012, e prata em 2004). Também com lugares no pódio, surgem Maribel Gonçalves (ouro em 2008), João Vieira (prata em 2000), Inês Henriques (bronze em 2010) e Pedro Isidro (bronze em 2010).

Os 10.000 metros femininos estão agendados para as 18.45 horas do dia 1 de agosto e os 20.000 metros masculinos para o dia 2 pelas 18.50 horas (horas locais).

Os recordes dos campeonatos estão na posse da portuguesa Ana Cabecinha, com 43.31,21 (San Fernando-2010), e do mexicano Daniel García, com 1.21.20,0 (Mar del Plata-1994).

Inscrições (por ordem dos dorsais)
10.000 metros femininos
31: Angela Melania Castro Chirivechz, 1993 (Bolívia)
78: Cisiane Dutra Lopes, 1983 (Brasil)
82: Erica Rocha De Sena, 1985 (Brasil)
150: Ingrid Johana Hernandez Castillo, 1988 (Colômbia)
153: Sandra Lorena Arenas Campuzano, 1993 (Colômbia)
199: Bibiana Paola Pérez Saquipay, 1989 (Equador)
204: Yadira Alexandra Guamán Maza, 1986 (Equador)
207: Cristina Esmeralda Lopez, 1982 (El Salvador)
220: Ainhoa Pinedo, 1983 (Espanha)
223: Julia Takacs, 1989 (Espanha)
284: Kimberly Garcia Leon, 1993 (Peru)
305: Susana Feitor, 1975 (Portugal)

20.000 metros masculinos
18: Juan Manuel Cano, 1987 (Argentina)
37: Caio Oliveira De Sena Bonfim, 1991 (Brasil)
62: Moacir Zimmermann, 1983 (Brasil)
123: Yerko Araya, 1986 (Chile)
136: James Aurelio Rendon Villegas, 1985 (Colômbia)
354: Ivan Gabriel Garrido Triana, 1994 (Colômbia)
156: Gabriel Mauricio Calvo Aguilar, 1991 (Costa Rica)
194: José Mauricio Arteaga Sánchez, 1988 (Equador)
217: Marc Tur, 1994 (Espanha)
240: Julio César Salazar Rodriguez, 1993 (México)
278: Pavel Chihuan Camayo, 1986 (Peru)
338: Richard Egrey Vargas Carrillo, 1994 (Venezuela)
Fonte: CBAt

terça-feira, 29 de julho de 2014

Título holandês para Andre van Slooten e recorde para Anne van Andel

O campeão Andre van Slooten, o pódio dos campeonatos, a
recordista Anne van Andel e os concorrentes pouco depois da
partida no Estádio Olímpico de Amesterdão. Fotos enviadas
por 
Frank van Ravensberg e Harold van Beek.
Montagem: O Marchador
Andre van Slooten sagrou-se este domingo campeão holandês de marcha, ganhando os 20 km dos campeonatos nacionais em 1.48.16 h. A marca representa um progresso de quatro minutos no recorde pessoal, tendo permitido superar por mais de um minuto o principal adversário, Richard Leijenaar, creditado com 1.49.23 m. Rob Tersteeg fechou o pódio com 1.52.24 m tendo Wilfried van Bremen, quarto classificado, terminado ainda abaixo das duas horas (1.57.00). Numa competição com 13 atletas à partida e 11 classificados, registou-se ainda a participação de uma atleta feminina, Anne van Andel, sexta na classificação geral com 2.01.51 h, um novo recorde nacional da Holanda, superando a marca de 2.04.30 h que desde 31 de Maio de 1997 permanecia como máximo holandês estabelecido em Haia por Marleen Radder (tem também 2.04.11 em pista desde 2002).

Com partida e chegada no Estádio Olímpico de Amesterdão, a prova levou os atletas a cumprir 25 voltas pela estrada que contorna o recinto onde tiveram lugar os Jogos Olímpicos de 1928: 24 voltas de 765,31 metros, uma volta de 756,41 m, além de 600,96 m na pista no início e outros 275,20 m no final.

Na fase inicial, o comando da competição foi assumido pelo trio de favoritos, composto por Andre van Slooten, Richard Leijenaar e Rob Tersteeg. Mas rapidamente Van Slooten e Leijenaar se desenvencilharam da companhia de Tersteeg, passando sozinhos na frente já no final da terceira volta (2896,89 metros). Cumpridas as primeiras dez voltas, Andre van Slooten aumentou o ritmo e conseguiu deixar para trás Richard Leijenaar, ficando assim resolvida a classificação e a atribuição do título de campeão nacional masculino.

Fora da luta pelo pódio, também Wilfried van Bremen e Colin Versteeg mantinham luta acesa, neste caso pelo quarto lugar, depois de nos metros iniciais na pista terem sido os únicos a acompanhar (ainda que por pouco tempo) o trio da frente. Perto dos cinco quilómetros, Versteeg conseguiu adiantar-se a Bremen e ganhar uma vantagem que chegou a passar de dois minutos por voltas dos 14 quilómetros. No entanto, uma quebra evidente na légua final levou o jovem Colin Versteeg a perder rapidamente toda a vantagem angariada ao longo de mais de dez voltas, sendo de ultrapassado por Wilfried van Bremen quando se cumpriam 17 quilómetros. Até à meta, Versteeg perderia quatro minutos, acabando já para lá das duas horas.

No sector feminino não se disputava qualquer título, sendo Anne van Andel uma concorrente extracampeonato. Com início cauteloso, fez por controlar o ritmo e o gasto de energia enquanto se foi mantendo no sétimo lugar, quase sempre isolada. A estratégia em boa hora foi adoptada, uma vez que viria a permitir uma segunda metade da prova em bom estilo, ao contrário do verificado com outros concorrentes, acabando Van Andel por subir à sexta posição cerca dos 17 quilómetros, superando Ronnie Timmermans.

Marchadora campeã de 3000 m metros em pista coberta e de 10 km em estrada, Anne van Andel pratica marcha há apenas um ano, tendo nesta prova melhorado o recorde pessoal por nada menos que nove minutos. Seguramente, o próximo objectivo da atleta será baixar as duas horas na distância olímpica. Por agora, tratou-se apenas do primeiro recorde nacional, a que por certo outros se seguirão.

Classificações
20 km masculinos e femininos
1.º, Andre van Slooten (RWV), 1.48.16
2.º, Richard Leijenaar (RWV), 1.49.23
3.º, Rob Tersteeg (RWV), 1.52.24
4.º, Wilfried van Bremen (RWV), 1.57.00
5.º, Colin Versteeg (VAV), 2.01.31
6.º, Anne van Andel (DAK), 2.01.51 - 1.ª fem.
7.º, Ronnie Timmermans (RWV), 2.04.19
8.º, Bas van Andel (DAK), 2.09.45
9.º, Gerrit Riezebos (RWV), 2.10.54
10.º, Charles den Uijl (AAV '36), 2.11.38
11.º, Hub Kaenen (RWV), 2.13.44
Desclassificado: Frank van der Gulik (De Lat).
Desistente: Hans van Wakeren (Unitas).

Colaboração: Harold van Beek e Frank van Ravensberg

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Miguel Ángel López conquista título espanhol nos 10.000 m marcha

Miguel Ángel López e a partida da prova masculina.
Fotos: Manxo Teixeiro Jarsia
Montagem: O Marchador
O marchador de Múrcia, Miguel Ángel López (UCAM-Athleo Cieza), conquistou, este domingo, o seu quarto título espanhol nos 10.000 metros marcha, prova que abriu a segunda jornada dos 94.ºs campeonatos espanhóis de atletismo que decorreram este fim-de-semana, em Alcobendas.

Num momento de apuro físico muito apreciável, López, realizou uma prova solitária, a exemplo do que já fizera, na véspera, Takacz, realizando o tempo de 38.54,87, segundo melhor registo mundial do ano, e somando o seu terceiro título consecutivo, dobrando o segundo classificado, a 200 metros da meta. A marca obtida pelo atleta murciano fica a 1 minuto do recorde de Paquillo Fernández.

“Vinha com o firme propósito de melhorar a minha melhor marca do ano passado, daí ter imprimido um ritmo constante desde o princípio apesar das dificuldades sentidas na parte final pois o calor foi mais intenso que no ano passado”, declarou à imprensa, Miguel López, 26 anos.

O melhor atleta do país vizinho nos Jogos Olímpicos de Londres (5.º lugar nos 20 km), que concluiu um estágio de altitude em Font Romeu (Pirenéus franceses), mostra-se agora preparado para atacar um dos lugares do pódio nos 20 km dos europeus de Zurique, que terão lugar daqui a pouco mais de duas semanas.

O segundo atleta a transpor a linha de meta foi Luis Alberto Amezcua (Juventud Atlética Guadix), com uma marca de 40.37,17, e o terceiro, Álvaro Martín (Playas de Castellon), com 40.41,97. Estes dois atletas têm, igualmente, lugar assegurado na distância dos 20 km dos campeonatos europeus.

Classificação
10.000 metros masculinos
1.º, Miguel Angel Lopez Nicolas (1988), 38.54,87
2.º, Luis Alberto Amezcua Balboa (1992), 40.37,17
3.º, Alvaro Martin Uriol (1994), 41.40,97
4.º, Jose Ignacio Diaz Velazquez (1979), 41.54,28
5.º, Luis Manuel Corchete Martinez (1984), 42.10,34
6.º, Francisco Jose Duran Acuña (1993), 43.12,54
7.º, Ivan Pajuelo Paredes (1993), 43.29,68
8.º, Mario Sillero Mesonero (1990), 44.12,71
9.º, Mikel Odriozola Dominguez (1973), 44.20,56
10.º, Fabian Bernabe Rama (1995), 44.47,35
11.º, Rodrigo Dominguez Fernandez (1977), 45.40,69
12.º, Luis Manuel Perez Osorio (1992), 46.22,99
13.º, Marc Guerrero Plaza (1995), 48.54,06
14.º, Francisco J. Carmona Gordillo (1978), 49.14,01
Desclassificados: Francisco Arcilla Aller (1984), Marcos Monterrubio Marcos (1981) e Marc Tur Pico (1994).

domingo, 27 de julho de 2014

Ana Cabecinha e Sérgio Vieira, campeões de Portugal

Os homens e as mulheres dos pódios dos campeonatos,
Sérgio Vieira (1.º), Miguel Carvalho (3.º), Pedro Isidro (2.º),
Susana Feitor (3.ª), Ana Cabecinha (1.ª) e Inês Henriques (2.ª).
Fotos e montagem: Blogue O Marchador
Ana Cabecinha, do Clube Oriental de Pechão, e Sérgio Vieira, do Sport Lisboa e Benfica, conquistaram este sábado os títulos de campeões de Portugal de marcha de 2014, ao vencerem em Lisboa, no Estádio Universitário, os 10 mil metros marcha femininos e masculinos, respectivamente. Ana Cabecinha averbou 43.47,84 m, para aquele que foi o seu quinto título de campeã de Portugal (2005, 2008, 2010, 2012 e 2014), enquanto Sérgio Vieira registava 41.09,75 m, no segundo título que alcançou (2010 e 2014).

As duas provas tiveram desenvolvimentos que, em certos aspectos, pareceram tirados a papel químico uns dos outros. Em ambos os casos, quem marcou o ritmo de início foram os atletas que acabariam em segundo lugar (Inês Henriques, do CN Rio Maior, e Pedro Isidro, do SL Benfica), com o momento decisivo a ocorrer pouco depois da passagem a meio da prova, quando Cabecinha e Sérgio desferiram os ataques que os isolariam na frente, a caminho da vitória. Num primeiro momento tinha havido trios a liderar as competições, com Inês Henriques, Ana Cabecinha e Susana Feitor (individual) destacadas nos femininos, o mesmo acontecendo nos masculinos com Pedro Isidro, Miguel Carvalho (CN Rio Maior) e Sérgio Vieira. Quando este último e Ana Cabecinha atacaram já Susana Feitor e Miguel Carvalho estavam descolados, servindo o ataque para que os futuros campeões se desenvencilhassem a título definitivo de Inês Henriques e Pedro Isidro.

Numa jornada em que foram notadas as ausências dos sportinguistas João Vieira e Vera Santos, que recentemente se encontravam lesionados, as segundas metades das provas tiveram pouca história, resumida ao simples acumular de vantagem dos líderes. As marcas finais, não sendo irrelevantes, também não vieram acrescentar nada de novo, seja ao currículo dos vencedores seja aos dos demais componentes dos dois pódios.

Apesar de tudo, pode recordar-se que, para Ana Cabecinha, este foi o culminar de uma época interna que se traduziu na conquista de todos os títulos individuais previstos no calendário, tendo antes vencido os nacionais de estrada (Quarteira, 1/Fevereiro) e de pista coberta (Pombal, 15/Fevereiro). E também que, conforme assinalou numa rede social, Susana Feitor terá tido no Estádio Universitário o seu provável último campeonato nacional absoluto, a menos de uma semana de repetir a distância nos Campeonatos Iberoamericanos de Atletismo, que vão ter lugar em São Paulo (Brasil).

Em relação ao vencedor masculino, assinale-se uma boa segunda metade de prova de Sérgio Vieira, a pouco mais que 20 minutos, depois de uma légua inicial em cima dos 21.00 m (não oficial).

Nos restantes participantes, realce, nos femininos, para o novo recorde pessoal de Vitória Oliveira (J Vidigalense), quase a entrar na casa dos 48 minutos (49.01,22) terminando no quinto lugar, atrás de Daniela Cardoso (Leiria MA, 48.37,14) e à frente das veteranas Sandra Silva (GRECAS, 50.41,74) e Alexandra Lamas (CA Galinheiras, 52.08,08). Já nos rapazes, o destaque vai para a quarta posição de Pedro Santos (CA Seia, 45.14,22), a terminar muito bem a época, à frente do júnior Hélder Santos (GS-RC, 45.33,38), do seu colega de equipa Rui Coelho (CA Seia, 46.06,26) e de Amaro Teixeira (GC Amizade Donas, 46.13,45, recorde pessoal). Concluíram a prova 10 atletas.

Classificações
10.000 metros femininos
1.ª, Ana Cabecinha, 1984 (CO Pechão), 43.47,84
2.ª, Inês Henriques, 1980 (CN Rio Maior), 44.11,18
3.ª, Susana Feitor, 1975 (Individual), 44.34,57
4.ª, Daniela Cardoso, 1991 (Leiria MA), 48.37,14
5.ª, Vitória Oliveira, 1992 (J Vidigalense), 49.01,22
6.ª, Sandra Silva, 1975 (GRECAS), 50.41,74
7.ª, Alexandra Lamas, 1972 (CA Galinheiras), 52.08,08

10.000 metros masculinos
1.º, Sérgio Vieira, 1976 (SL Benfica), 41.09,75
2.º, Pedro Isidro, 1985 (SL Benfica), 41.50,68
3.º, Miguel Carvalho, 1994 (CN Rio Maior), 42.42,40
4.º, Pedro Santos, 1986 (CA Seia), 45.14,22
5.º, Hélder Santos, 1996 (GS-RC), 45.33,38
6.º, Rui Coelho, 1994 (CA Seia), 46.06,26
7.º, Amaro Teixeira, 1989 (GC Amizade Donas), 46.13,45
8.º, Samuel Pereira, 1993 (CA Seia), 46.22,05
9.º, Miguel Rodrigues, 1996 (CN Rio Maior), 46.48,62
10.º, João Martins, 1995 (CA Ferreira Zêzere), 47.35,43
Desclassificado: Marco Amaral, 1993 (CDCJ Ilha Verde).
Desistentes: Pedro Martins, 1968 (CA Seia) e Pedro Santos, 1992 (SL Benfica).

sábado, 26 de julho de 2014

Julia Takacs estabelece novo recorde de 10.000 m marcha

Julia Takacs e a partida da marcha feminina em Alcobendas.
Fotos: Manxo Teixeiro Jarsia. Montagem: O Marchador
A marchadora espanhola Julia Takacs, que completou recentemente 25 anos de idade, foi a grande figura dos 10.000 m marcha dos campeonatos de Espanha, que abriram, esta manhã, a primeira jornada da competição ao conquistar, pela segunda vez consecutiva, o título nacional, com o impressionante recorde de 42.23.37.

Já nos campeonatos do ano passado, também realizados em Alcobendas, na mesma pista (Polidesportivo José Caballero), Takacs, que representa o Playas de Castellón, conseguira um recorde nacional de 42.32,74. Desta vez, com o objetivo centrado unicamente em melhorar a marca, impôs a si própria um ritmo muito forte, que a levaria a dobrar várias adversárias e a passar, a partir do quarto quilómetro, com tempos abaixo do seu melhor registo de sempre.

Os parciais quilométricos de Takacs foram os seguintes: 4.16,61 - 4.12,77 - 4.14,40 - 4.12,21 - 4.13,29 (1.ºs 5000 m em 21.09,28) - 4.15,30 - 4.14,21 - 4.14,42 - 4.16,30 - 4.13,86 (2.ºs 5000 m em 21.14,09).

Raquel Gónzaléz (FC Barcelona), com 43.31,21 (recorde pessoal e quinta melhor marca espanhola de sempre) e Beatriz Pascual (Valencia Terra i Mar), com 43.57,13, completaram o pódio. Estas duas, acompanhadas de María José Poves, que finalizou a competição no 4.º posto, com 44.56,78, constituirão o trio que representará a Espanha nos europeus de Zurique.

Classificação
10.000 metros femininos
1.ª, Julia Takacs Nyerges (1989), 42.23,37
2.ª, Raquel Gonzalez Campos (1989), 43.31,21
3.ª, Beatriz Pascual Rodriguez (1982), 43.57,13
4.ª, Maria Jose Poves Novella (1978), 44.56,78
5.ª, Ainhoa Pinedo Gonzalez (1983), 46.35,08
6.ª, Amanda Cano Gomez (1994), 46.52,62
7.ª, Eva Maria Iglesias Gonzalez (1985), 48.09,86
8.ª, Lidia Sanchez-Puebla  (1996), 48.09,86
9.ª, Samantha Mulloni Martinez (1990), 51.25,35
10.ª, Andrea Cabre Carceller (1988), 51.26,91
11.ª, Maria Dolores Marcos Valero (1979), 52.20,83
12.ª, Mar Chillon Camaño (1996), 52.39,52
Desistente: Lorena Luaces Barril (1984).
Desclassificadas: Marta Gustran Cortes (1990) e Eva Maria Tur Palau (1990).

Lisboa recebe os Campeonatos de Portugal em pista

Inês Henriques e Ana Cabecinha em Leiria-2013.
Foto: facebook de Ana Cabecinha
O Estádio Universitário de Lisboa é hoje, sábado, palco de mais uma edição dos Campeonatos de Portugal, com as provas de marcha na distância de 10.000 metros marcadas para as 20.15 horas, estando as pistas 1 a 4 reservadas para os homens (16 inscritos e mínimos de 49.00 minutos) e as pistas 5 a 8 para as senhoras (10 inscritas e mínimos de 58.00 minutos).

Enquanto para alguns o evento constitui a última etapa competitiva antes dos grandes confrontos internacionais como são o caso dos Campeonatos da Europa (Zurique) ou dos Ibero Americanos (São Paulo), para a grande maioria significa o encerrar da época. Infelizmente, não se encontram inscritos quase uma vintena de marchadores com mínimos realizados este ano (excluem-se os juvenis).

Os campeões em título são, nos masculinos, João Vieira, do Sporting CP, que em 2013, em Leiria, (40.02,78) superou o seu irmão Sérgio, do SL Benfica, por apenas 15 centésimos de segundo, e nos femininos, Inês Henriques, do CN Rio Maior (43.31,29) que levou a melhor sobre Ana Cabecinha, do CO Pechão.

Figuram como recordistas nacionais da distância, Ana Cabecinha (CO Pechão), com 43.08,17 (Seixal-2008) e João Vieira (Sporting CP), com 39.44,91 (Lisboa 2011), ambas as marcas obtidas em Campeonatos de Portugal.

A equipa de juízes de marcha será chefiada pela juíza internacional Ana Toureiro.

A lista de inscritos (por ordem dos dorsais) é a seguinte:

10.000 metros femininos
13: Alexandra Lamas, 1972 (CA Galinheiras);
19: Inês Henriques, 1980 (CN Rio Maior);
22: Ana Cabecinha, 1984 (CO Pechão);
24: Sandra Silva, 1975 (GRECAS);
26: Susana Feitor, 1975 (Individual);
28: Vitória Oliveira, 1992 (J Vidigalense);
29: Daniela Cardoso, 1991 (Leiria MA);
30: Vera Santos, 1981 (Sporting CP);
32: Nádia Cancela, 1993 (SL Benfica);
33: Mariana Mota, 1995 (SL Benfica).

10.000 metros masculinos
11: Xavier Sousa, 1996 (A Jardim Serra);
12: João Martins, 1995 (CA Ferreira Zêzere);
14: Pedro Martins, 1968 (CA Seia);
15: Pedro Santos, 1986 (CA Seia);
16: Samuel Pereira, 1993 (CA Seia);
17: Rui Coelho, 1994 (CA Seia);
18: António Pereira, 1975 (CCS João Madeira);
20: Miguel Carvalho, 1994 (CN Rio Maior);
21: Miguel Rodrigues, 1996 (CN Rio Maior);
23: Amaro Texeira, 1989 (GC Amizade Donas);
25: Hélder Santos, 1996 (GS-RC);
27: Marco Amaral, 1993 (CDCJ Ilha Verde);
31: João Vieira, 1976 (Sporting CP);
34: Sérgio Vieira, 1976 (SL Benfica);
35: Pedro Isidro, 1985 (SL Benfica);
36: Pedro Santos, 1992 (SL Benfica).

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Matsunaga é o novo campeão mundial júnior de marcha

Daisuke Matsunaga vibra com a vitória em Eugene.
Fotos: IAAF/Getty Images e Twitter Athletics Australia
Daisuke Matsunaga tornou-se esta sexta-feira o novo campeão do mundo de juniores de marcha atlética, ao ganhar a prova dos 10 mil metros da disciplina durante os mundiais de Eugene, nos EUA. Depois da compatriota Fumi Mitsumura, que venceu os 10 mil metros marcha femininos dos mundiais de juniores de Kingston em 2002, Matsunaga volta a oferecer um título mundial júnior de marcha ao país do sol nascente, registando 39.27,19 m, marca que passa a constituir novo recorde dos campeonatos. Nos lugares imediatos terminaram o espanhol Diego García (39.51,59) e o peruano Paolo Yurivilca (40.02,07), ambos com recordes nacionais de juniores dos respectivos países. Isto, apesar de Brian Pintado ter sido o terceiro na meta, mas o equatoriano seria depois informado de que tinha sido desclassificado.

Fazendo jus à condição que tinha à partida de líder da lista mundial do ano, Matsunaga impôs um ritmo muito elevado logo desde o tiro de partida, que lhe permitiu cumprir o primeiro quilómetro em 3.54 m, já com mais de meia recta de avanço sobre o pelotão e dando mostras de visar uma marca final a rondar os 39.00 minutos. Graças a um ritmo muito estável, o nipónico conseguiu manter-se dentro do objectivo, não tardando a começar a dobrar concorrentes (ainda antes dos 3000 metros) e vindo a passar à légua com 19.37,77 m.

Até final, a prova de Daisuke Matsunaga só não foi um passeio dado o empenho na perseguição do recorde dos campeonatos, mas também porque os principais adversários não estavam assim tão longe (sempre a menos de 100 metros). Essa perseguição ao líder era movida pelo espanhol Diego García, pelo peruano Paolo Yurivilca, pelo equatoriano Brian Pintado e pelo russo Nikolay Markov. García iria desferir o golpe decisivo do sexto para o sétimo quilómetros, conseguindo isolar-se para não mais perder o segundo lugar. Na fase final, com Nikolay Markov a ceder perante os dois sul-americanos, acabaria por ser o peruano a conquistar a medalha restante, depois de Pintado ter sido desclassificado.

Para Diego García, a história é verdadeiramente impressionante. Para além de bater por 0,61 segundos o recorde espanhol de juniores, que se encontrava na posse de Álvaro Martín desde o ano passado (39.52,20), o marchador de Madrid retirou nada menos que dois minutos e 48 segundos ao anterior recorde pessoal (42.39,73), obtido no início deste mês em Castellón, quando dos Campeonatos de Espanha de Juniores. Desta forma, o atleta treinado por José Antonio Quintana superou de uma assentada as casas dos 42, dos 41 e dos 40 minutos e reforçou a posição entre as grandes esperanças da marcha atlética espanhola da actualidade. De caminho, ascendeu ao décimo lugar na lista dos melhores juniores mundiais de sempre da distância. Tudo isto se torna ainda mais admirável se se tiver em conta que, para Diego García, a prova foi isenta de notas de desclassificação

Retumbante acabou por ser também o sucesso de Yurivilca, que em Eugene protagonizou o maior feito da marcha do seu país, conquistando para o Peru a primeira medalha de um marchador em grandes competições mundiais. Comprovando o desenvolvimento que a marcha tem registado nos últimos anos naquele país andino, César Rodríguez foi ainda décimo classificado, com 41.57,90 m.

O grego Zaharías Tsamoudákis, ao registar 40.35,89 m, terminou na sexta posição e superou largamente o recorde pessoal anterior (42.01.41). Azarado com a viagem para os Estados Unidos, durante a qual perdeu a bagagem, o jovem grego pode agora dar-se por mais satisfeito, depois de ter superado por larga margem as expectativas que o faziam esperar à partida um lugar entre os doze primeiros. Na verdade, sendo sexto, ainda acabou à frente do primeiro mexicano, Ricardo Ortíz, sétimo, com 40.40,31 m.

Com o Hayward Field a registar 18°C de temperatura e 64 por cento de humidade relativa (mais calor mas muito menos humidade do que quando da prova feminina), é curioso assinalar que só o primeiro e o último (Jesse Osborne, Austrália, 33.º) não conseguiram neste campeonato superar os recordes pessoais ou as melhores marcas individuais da época. Espanha, Peru, Grécia, Turquia e Porto Rico registaram novos recordes nacionais de juniores.

Para Daisuke Matsunaga, a segunda légua, cumprida em 19.49,42 m, foi um pouco mais lenta que a primeira, mas não deixou de permitir o novo recorde dos campeonatos, por via de um quilómetro final em 3.49.93 m. Ficava assim batido o resultado alcançado pelo russo Stanislav Emelyanov, que em Bydgoszcz-2008 se sagrou campeão mundial, com 39.35,01 m.

Eis os parciais quilométricos de Daisuke Matsunaga: 3.54,07 - 3.56,83 - 3.56,79 - 3.55,67 - 3.56,29 (1.ºs 5000 m em 19.37,77) - 3.58,01 - 4.00,38 - 3.59,19 - 4.01,51 - 3.49,93 (2.ºs 5000 m em 19.49,42).

Classificação
10.000 metros masculinos
1.º, Daisuke Matsunaga (Japão), 39.27,19
2.º, Diego García (Espanha), 39.51,59
3.º, Paolo Yurivilca (Peru), 40.02,07
4.º, Yuga Yamashita (Japão), 40.15,27
5.º, Nikolay Markov (Rússia), 40.22,48
6.º, Zaharías Tsamoudákis (Grécia), 40.35,89
7.º, Ricardo Ortiz (México), 40.40,31
8.º, Rui Wang (China), 40.48,62
9.º, José Luis Doctor (México), 40.49,71
10.º, César Augusto Rodríguez (Peru), 41.57,90
11.º, Jürgen Grave (Guatemala), 42.00,06
12.º, Muratcan Karapinar (Turquia), 42.01,42
13.º, Brayan Fuentes (Colômbia), 42.18,59
14.º, Jean Blancheteau (França), 42.33,44
15.º, Pablo Oliva (Espanha), 42.41,08
16.º, Miroslav Úradník (Eslováquia), 42.49,92
17.º, Nathan Brill (Austrália), 42.54,39
18.º, Jonathan Hilbert (Alemanha), 43.02,55
19.º, José Israel Meléndez (Porto Rico), 43.05,12
20.º, Nathaniel Seiler (Alemanha), 43.12,78
21.º, Bence Venyercsán (Hungria), 43.25,62
22.º, Marek Adamowicz (Canadá), 43.25,84
23.º, Gregorio Angelini (Itáila), 43.34,10
24.º, Daniele Todisco (Itália), 43.47,06
25.º, Tomasz Bagdány (Hungria), 43.53,13
26.º, Byeongho Choe (Coreia do Sul), 44.57,84
27.º, Gang Xu (China), 45.10,35
28.º, Anthony Peters (E.U. América), 45.31,86
29.º, Martynas Jarusevicius (Lituânia), 45.46,96
30.º, Michal Morvay (Eslováquia), 46.34,31
31.º, Al Shaali Hassan Jasim Alnuaimi (Emirados Árabes Unidos), 48.03,91
32.º, Hamad Ali Alhindaassi (Emirados Árabes Unidos), 48.07,22
33.º, Jesse Osborne (Austrália), 49.53,38
Desclassificados: Maxim Krasnov (Rússia), Ioánnis Vaítsis (Grécia), Brian Pintado (Equador) e Braulio Morocho (Equador).

10.000 m masculinos – lista de saída (Eugene-2014)

Tal como na prova feminina, são 37 atletas os masculinos, mas em representação de 23 países, que se posicionarão na linha de partida da prova de 10.000 m marcha marcada para hoje, dia 25, pelas 10.00 horas em Eugene - Oregon (18.00 horas em Portugal).

Os russos Viktor Burayev e Stanislav Emelyanov detêm respectivamente o recorde do mundo, com 38.46,4 em Moscovo (20 de Maio de 2000), e o recorde dos campeonatos, com 39.35,01 em Bydgoszcz-2008.

O japonês Daisuke Matsunaga é o comandante da lista do presente ano com 39.18,71, marca obtida em Kumagaya no passado dia 17 de Maio. O seu recorde pessoal é de 2013 com 39.08,23, marca que lhe confere a terceira posição na lista de todos os tempos em pista, logo a seguir a Viktor Burayev (38.46,4 – 2000) e Ralf Kowalsky (GDR, 38.54,75 – Cottbus 1981).

A lista de saída é a seguinte:
Dorsal, nome, ano nasc., país, marca PB
142: Nathan Brill, 1996 (Austrália), 42.48,70
155: Jesse Osborne, 1995 (Austrália), 43.24,41
312: Marek Adamowicz, 1996 (Canadá), 46.35,67
377: Rui Wang, 1996 (China), 40.36
378: Gang Xu, 1996 (China), 40.34
398: Brayan Fuentes, 1996 (Colômbia), 42.37,62
484: Braulio Morocho, 1996 (Equador), 43.07,28
486: Brian Pintado, 1995 (Equador), 41.35
515: Diego García, 1996 (Espanha), 42.03,32
521: Pablo Oliva, 1996 (Espanha), 43.00,35
605: Jean Blancheteau, 1996 (França), 42.34
701: Jonathan Hilbert, 1995 (Alemanha), 42.09
715: Nathaniel Seiler, 1996 (Alemanha), 42.17
760: Zaharías Tsamoudákis, 1996 (Grécia), 42.01,41
761: Ioánnis Vaítsis, 1995 (Grécia), 42.50,40
767: Jürgen Grave, 1996 (Guatemala), 41.56,54
775: Tomasz Bagdány, 1995 (Hungria), 44.17,90
785: Bence Venyercsán, 1996 (Hungria), 45.22,69
828: Gregorio Angelini, 1996 (Itália), 44.09,47
857: Daniele Todisco, 1995 (Itália), 46.13,57
934: Daisuke Matsunaga, 1995 (Japão), 39.08,23
947: Yuga Yamashita, 1996 (Japão), 41.32,23
996: Byeongho Choe, 1995 (Coreia do Sul), 43.46,37
1022: Martynas Jarusevicius, 1996 (Lituânia), 43.47
1054: José Luis Doctor, 1996 (México), 43.10,71
1063: Ricardo Ortiz, 1995 (México), 41.44,28
1164: César Augusto Rodríguez, 1997 (Peru), 42.56,19
1165: Paolo Yurivilca, 1996 (Peru), 41.40,57
1227: José Israel Meléndez, 1995 (Porto Rico), 43.43,92
1292: Maxim Krasnov, 1996 (Rússia), 42.03,10
1297: Nikolay Markov, 1995 (Rússia), 41.50,88
1376: Michal Morvay, 1996 (Eslováquia), 47.51,77
1378: Miroslav Úradník, 1996 (Eslováquia), 45.52,41
1468: Muratcan Karapinar, 1996 (Turquia), 43.03,74
1490: Al Shaali Hassan Jasim Alnuaimi, 1995 (Emirados Árabes Unidos), 43.59
1491: Hamad Ali Alhindaassi, 1996 (Emirados Árabes Unidos), 47.17,01
1554: Anthony Peters, 1996 (E.U. América), 48.19,16
Fonte: IAAF

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Anežka Drahotová com recorde e título mundiais em Eugene

A partida da prova e Anežka Drahotová em grande destaque.
Fotos: Universal Sports e IAAF/Getty Images
Montagem: O Marchador
A checa Anežka Drahotová estabeleceu esta quarta-feira um novo máximo mundial de juniores femininos dos 10 mil metros marcha ao vencer em Eugene a final da distância na segunda jornada dos Campeonatos Mundiais de Atletismo para Juniores, que decorrem naquela cidade dos Estados Unidos até domingo. Drahotová registou 42.47,25 m e superou a marca obtida pela russa Elena Lashmanova a 21 Julho de 2011, durante os Campeonatos da Europa de Juniores de Tallinn (Estónia), então com 42.59,48 m. Como é lógico, o registo de Drahotová supera igualmente o recorde dos campeonatos, que estava na posse da também russa Tatyana Mineeva, com 43.24,72 m, a marca com que em 2008 se sagrou campeã do mundo da categoria na cidade polaca de Bydgoszcz. De notar que tanto Lashmanova como Mineeva, as autoras das marcas agora batidas por Drahotová, foram posteriormente suspensas por dois anos devido a dopagem.

Anežka Drahotová assumiu a liderança da prova desde a partida, tendo nos primeiros quatro quilómetros a companhia da russa Oksana Golyatkina, com quem há um ano, em Rieti (Itália), disputou até final a vitória nos europeus de juniores. Desta vez, a russa resistiu apenas dez das 25 voltas, acabando desclassificada ainda antes de metade da competição.

Com a primeira légua cumprida por Drahotová em 21.21,15 m, posicionavam-se a seguir as chinesas Na Wang e Yuanyuan Ni, a espanhola Laura García-Caro e a segunda russa, Olga Shargina, formando um pequeno grupo. A checa foi aumentando de forma gradual a vantagem sobre as perseguidoras e, depois dos oito quilómetros, García-Caro atrasou-se das três colegas de grupo, que logo a seguir iriam reduzir-se a Shargina e Na Wang.

As medalhas pareciam atribuídas mas a prova ainda conheceria desenvolvimentos importantes, com o ataque de Shargina antes de entrar na volta final. Enquanto Anežka Drahotová terminava destacadíssima com 42.47,25 m (12 segundos tirados ao recorde de Lashmanova), Shargina era a segunda na meta, mas seria de imediato informada de que tinha sido desclassificada. Era o golpe de misericórdia nas aspirações da equipa russa, que assim registava um invulgar «zero» em provas de marcha de mundiais de juniores.

Ficavam então as medalhas de prata e bronze para, respectivamente, Na Wang (44.02,64) e Yuanyuan Ni (44.16,72), ambas com recordes pessoais, acabando Laura García-Caro à porta do pódio, com um novo recorde espanhol de juniores de 44.32,84 m. Completando um magnífico desempenho das duas atletas do país vizinho, María Pérez chegava na quinta posição, ainda abaixo do 45 minutos (44.57,30).

No final, a vencedora manifestava-se satisfeita com a competição e não muito surpreendida pelo recorde mundial. «Estou mesmo contente. Treinei-me de maneira muito empenhada para estes campeonatos e gostei muito da prova», declarou, acrescentando: «Não tive este ano oportunidade de competir em pista, mas não vou dizer que este recorde me surpreendeu. Mesmo assim, a prioridade era ganhar a prova. Vou comemorar, no entanto... talvez vá amanhã aos 3000 m obstáculos.»

Ainda que noutro nível competitivo, foi também muito bom o desempenho das duas representantes de Portugal, ambas registando bons progressos nos respectivos recordes pessoais. Mara Ribeiro concluiu na 16.ª posição, com 47.48,33 m (antes, 48.07,88, de 2013), retirando quase vinte segundos ao máximo pessoal. Sete lugares depois chegava Mariana Mota, com um salto ainda maior no recorde pessoal: marcou 49.07,82 m, contra os anteriores 50.05 em estrada (Taça do Mundo de Taicang, 2014) e 50.11,41 m em pista (no início deste mês, nos nacionais de juniores).

Pode, por isso, considerar-se que o saldo da presença portuguesa nesta prova foi muito positivo, não podendo haver melhor forma de honrar uma chamada à selecção nacional do que superar (e pelas diferenças verificadas!) as melhores marcas conseguidas anteriormente.

Numa prova muito rápida, para além do recorde checo de Drahotová, assinale-se os recordes nacionais de Espanha, Bolívia, Peru, Equador e Guatemala – curiosamente, todos países de língua espanhola –, com nada menos que 29 recordes pessoais em 32 atletas classificadas, a que se juntaram quatro desclassificações e uma desistência.

Todas as nove primeiras classificadas integram agora a lista das dez melhores juniores mundiais do ano na distância, onde apenas a sétima colocada não melhorou em Eugene a marca pessoal do ano - a bielorrussa Viktoryia Rashchupkina, por sinal décima classificada nestes mundiais e que à partida detinha a liderança mundial da distância em pista.

Apenas mais uma nota curiosa: das 37 atletas que alinharam à partida, seis formavam três pares de gémeas (16,2%) - as checas Anežka e Eliška Drahotová, as lituanas Živilé e Monika Vaiciukeviciuté e as casaques Diana e Dana Aydosova.

Para verificação do ritmo da vencedora quilómetro a quilómetro, aqui ficam os registos parciais: 4.24,56 - 4.14,90 - 4.11,21 - 4.13,67 - 4.16,81 (1.ºs 5.000 m em 21.21,15) - 4.18,51 - 4.17,37 - 4.20,90 - 4.18,52 - 4.10,80 (2.ºs 5.000 m em 21.26,10).

Classificação
10.000 metros femininos
1.ª, Anežka Drahotová (República Checa), 42.47,25
2.ª, Na Wang (China), 44.02,64
3.ª, Yuanyuan Ni (China), 44.16,72
4.ª, Laura García-Caro (Espanha), 44.32,84
5.ª, María Pérez (Espanha), 44.57,30
6.ª, Rena Goto (Japão), 45.54,07
7.ª, Kana Minemura (Japão), 46.22,88
8.ª, Stefany Coronado (Bolívia), 46.42,06
9.ª, Jéssica Hancco (Peru), 46.47,31
10.ª, Viktoryia Rashchupkina (Bielorrússia), 47.00,30
11.ª, Katarzyna Zdzieblo (Polónia), 47.10,01
12.ª, Živilé Vaiciukeviciuté (Lituânia), 47.19,80
13.ª, Eleonora Dominici (Itália), 47.24,48
14.ª, Nicole Colombi (Itália), 47.38,82
15.ª, Mihaela Acatrinei (Roménia), 47.47,64
16.ª, Mara Ribeiro (Portugal), 47.48,33
17.ª, Karla Jaramillo (Equador), 47.59,90
18.ª, Tayla-Paige Billington (Austrália), 48.40,01
19.ª, Ganna Suslyk (Ucrânia), 48.48,46
20.ª, Monika Vaiciukeviciuté (Lituânia), 48.50,07
21.ª, Anel Oosthuizen (África do Sul), 48.55,26
22.ª, Carmen Bianca Molnar (Roménia), 49.06,42
23.ª, Mariana Mota (Portugal), 49.07,82
24.ª, Sonia Irene Barrondo (Guatemala), 49.15,32
25.ª, María Guadalupe Sánchez (México), 49.47,04
26.ª, Diana Aydosova (Casaquistão), 49.50,28
27.ª, Da-Seul Lee (Coreia do Sul), 49.50,90
28.ª, Monika Hornáková (Eslováquia), 49.52,26
29.ª, Rita Récsei (Hungria), 50.31,88
30.ª, Daniela Pastrana (Colômbia), 51.04,22
31.ª, Dana Aydosova (Casaquistão), 51.09,74
32.ª, Katharine Newhoff (E.U. América), 51.40,42
Desclassificadas: Jasmine Dighton (Austrália), Oksana Golyatkina (Rússia), Eliška Drahotová (República Checa) e Olga Shargina (Rússia).
Desistente: Derya Karakurt (Turquia).