sábado, 31 de agosto de 2013

Campeonatos de África de Juniores

Na segunda jornada dos Campeonatos de África de Juniores que estão a decorrer nas Ilhas Maurícias, o argelino Aymene Sabri conquistou o título da categoria na prova dos 10.000 m marcha, arrecadando a primeira medalha de ouro para o seu país.

Sabri realizou o tempo de 45.58,52 (na Taça do Mundo de Saranks, em 2012, fizera 47.32), enquanto o etíope Getamesay Teshome concluia a prova na segunda posição, a 9 segundos do vencedor. No terceiro lugar do pódio classificou-se outro argelino, Abdessamie Fullassa, com a marca de 47.21,24.

Na prova feminina (5.000 m), Askale Benti, este ano campeã etíope (10.000 m em 50.55,75), conquistou o título africano de juniores, com a marca de 25.30,90. A sul-africana Anel Oosthuizen obteve a medalha de prata com o tempo de 25.30,90 e a nigeriana Sarah Malagu foi terceira, realizando a marca de 26.16,53.

Os campeonatos têm a última jornada a 1 de setembro e contam com a presença de 300 atletas em representação de 32 países do continente africano.

Classificações

10.000 metros masculinos
1.º, Aymene Sabri (Argélia), 45.58,52
2.º, Getamesay Nigusse Teshome, 1996 (Etiópia), 46.07,94
3.º, Abdessamie Saidani (Argélia), 47.21,24
4.º, Bizuayehu Haile Fullassa, 1995 (Etiópia), 48.39,92
5.º, Jason Marie, 1994 (Ilhas Maurícias), 58.16,23
Desistente: Theophile Ramaroson, 1995 (Madagascar).

5.000 metros femininos
1.ª, Askale Tiksa Benti, 1994 (Etiópia), 25.30,90
2.ª, Anel Oosthuizen, 1995 (África do Sul), 25.39,44
3.ª, Sarah Loveth Malagu, 1995 (Nigéria), 26.16,53
4.ª, Alem Tafes Deresa, 1996 (Etiópia), 27.07,26
5.ª, Aniella Perrine, 1995 (Ilhas Maurícias), 34.07,95 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Marcha Atlética em Monesterio, Badajoz

Alicia Lozano e Leo Toro, os vencedores absolutos,
parte do público, as infantis Almudena Quejido e
Laura Sanabria, e a partida conjunta dos 3.000m.
Fotos: facebook de Juan A. Méndez.
Montagem: O Marchador
Leo Toro (M45), do Club Atletismo Badajoz, e Alicia Lozano (W40), do Club Atletismo Axati, venceram as provas absolutas de 3.000 metros marcha em pista que integraram o evento designado por Cross Popular, em 24.ª edição, e realizado no passado dia 24, em Monesterio, Badajoz, numa organização da autarquia local.

Leo, duplo vice-campeão europeu na presente temporada, em San Sebastián, e presença regular em provas que se disputam em Portugal, com 13.11,08, suplantou jovens atletas, Adrián López, júnior (14.27,5) e o Manuel Leon Fernández, juvenil (14.59,00).

Alicia, campeã da Andaluzia de veteranos em pista e estrada, em vésperas de celebrar 43 anos de idade (fê-lo no dia 28), triunfou no sector feminino, com 18.50,02. Laura García, sénior (19.22,07) e Laura Vazquez, juvenil (20.00,03), ocuparam as posições imediatamente a seguir.

Os mais pequenos também tiveram oportunidade de evoluir no evento com provas de 500 e 1.000 metros, sendo que, regra geral, as meninas sobrepuseram-se aos rapazes em qualidade e quantidade. Destaca-se as boas marcas que resultaram da disputa nos 1.000 metros infantis femininos entre Almudena Quejido, do CA Montijo (5.03,09), e Laura Sanabria, do CA Almendralejo (5.03.45).

Estiveram representados 9 clubes com um total de 41 atletas, sendo que 20 destes envergaram as vestes do Club Atletismo Almendralejo, orientado tecnicamente pelo ilustre Juan A. Méndez.

Classificações

3.000 metros absolutos masculinos e femininos
1.º, Leonardo Toro López, 1967, veterano (CA Badajoz), 13.11,08
2.º, Adrián López Sánchez, 1995, júnior (CA Almendralejo), 14.27,5
3.º, Manuel Leon Fernández Ortiz, 1996, juvenil (CA Almendralejo), 14.59,00
4.º, José Manuel Rodríguez Jiménez, 1975, veterano (CA Murcia), 15.04,04
5.º, Basilio Santos Rex, 1996, juvenil (CA Almendralejo), 15.35,01
6.º, Javier Monterrubio Cruces, 1998, cadete (CA Almendralejo), 15.35,02
7.º, Álvaro Danta Durán, 1997, juvenil (CA Almendralejo), 15.50,07
8.º, Jesús Antón Acosta, veterano (CA Gaia), 16.22,08
9.º, Gerardo Liberal García, veterano (Individual), 16.46,07
10.ª, Alicia Lozano Royano, 1970, veterana (CA Axati), 18.50,02 - Fem.
11.º, Miguel Ángel Torres Plaza, 1999, cadete (CA Axati), 18.54,8
12.ª, Laura García Reyes, promessa/sénior (CA Diocles), 19.22,07 - Fem.
13.ª, Laura Vazquez Andrino, 1996, juvenil (CA Badajoz), 20.00,03 - Fem.
14.º, Mario Quintana Farrona, promessa/sénior (CA Diocles), 20.05,04
15.ª, Macarena Uriol Batuecas, 1960, veterana (CA Almendralejo), 20.15,08 - Fem.
16.ª, Maria del Carmen Merino Carrizosa, 1967, vet. (CA Almendralejo), 21.14,03 - Fem.
17.ª, Araceli Sanchez Pacheco, 1973, veterana (Individual), 21.19,09 - Fem.
18.ª, Maria José de Cruces Ramos, 1970, veterana (CA Almendralejo), 21.28,31 - Fem.
Desclassificados: Jose A. Fuentes Mena, 1967, vet., e Miguel Periáñez García, 1962, vet.

Vencedores de outras categorias
Infantil fem. (1.000 m): Almudena Quejido Gragera (CA Montijo), 5.03,09
Infantil masc. (1.000 m): 1.º, José Manuel Naranjo Murillo, (CA Almendralejo), 5.52,35
Alevín fem. (500 m): 1.ª, Gloria Mota Montalvo (CA Almendralejo), 2.43.45
Alevín masc. (500 m): 1.º, Manuel Monterrubio de la Coba (PMD Azuaga), 2.42,83
Benjamim fem. (500 m): 1.ª Natalia Guardado Guardado (CA Almedralejo), 2.44,00
Benjamim masc. (500 m): 1.º, José Burgos Vera (CA Almendralejo), 3.10,10

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Campeonatos interclubes brasileiros de Menores

Luan Henrique Ferreira e Thais Luciana Cruz lideram.
Fotos: Wagner Carmo/CBAt. Montagem: O Marchador.
Luan Henrique Ferreira e Thais Luciana Cruz venceram as provas de marcha dos campeonatos coletivos brasileiros de Menores (o equivalente ao nosso escalão de juvenis), uma competição destinada a atletas dos 15 aos 17 anos, e que se realizou em Maringá, no Paraná. A organização foi da responsabilidade da Confederação Brasileira de Atletismo e da Federação de Atletismo do Paraná.

Nos 10.000 metros masculinos Luan Henrique, com o tempo de 53.43,43, deu o único triunfo ao seu clube, a Fundação de Esportes de Campo Mourão (FECAM), do Paraná, que se classificou coletivamente na 6.ª posição dos campeonatos. Cerca de 11 segundos depois chegaria o segundo classificado, Luan Ricardo Sales, do Centro de Atletismo de Sobradinho (DF), com 53.55,06. O terceiro lugar do pódio foi ocupado por Josemar Espindola Pereira, atleta da Universidade de Blumenau (SC), que realizou o tempo de 53.56,80 e iniciou-se há apenas dois anos, pelas mãos de Ivo da Silva. Blumenau é conhecida como a capital da marcha atlética no Brasil e celeiro de novos praticantes.

Na prova feminina, na distância de 5.000 metros, Thais Luciana, treinada por Euzinete Reis, venceu confortavelmente, com a marca de 29.24,32. A atleta, que representa a Associação Esportiva e Recreativa USIPA, de Minas Gerais, é treinada por Euzinete Reis, e está englobada num projeto de incentivo ao desporto, com verbas estatais. Os restantes lugares do pódio vieram a ser ocupados por Milena Francisca de Souza, do Grêmio Recreativo Barueri (SP), com 30.05,21, e por Leticia Cibulskis, do Instituto Elisangela Maria Adriano (SP), com 31.21,40.

Classificações

10.000 metros masculinos (23/8)
1.º, Luan Henrique de Almeida Ferreira, 1997 (FECAM), 53.43,43
2.º, Luan Ricardo Sales Santos, 1996 (CASO), 53.55,06
3.º, Josemar Espindola Pereira, 1996 (AABLU), 53.56,80
4.º, Ruberlei Rodrigues de Andrade, 1996 (ACA), 55.36,75
5.º, Frank de Castilho de Souza, 1997 (Curitiba SMELJ), 56.32,97
6.º, Rony Batista Pala Filho, 1996 (CASO), 57.25,75
7.º, Admilson Rubens de Pontes, 1997 (ORCAMPI UNIMED), 57.29,89
8.º, Pablo Gabriel de Freitas, 1998 (FECAM), 1.02.02,90
9.º, Mateus Diego Prado, 1997 (Curitiba SMELJ), 1.06.06,68
Desclassificados: Henrique Augusto Amorim, 1996 (Londrina CAIXA-OFF Oguido Dojo) e Deyvidy Lua Mendes Vaz, 1997 (APADA).
Desistente: Caue David Joaquim de Oliveira, 1997 (ORCAMPI UNIMED).

5.000 metros masculinos (24/8)
1.ª, Thais Luciana Cruz, 1996 (USIPA), 29.24,32
2.ª, Milena Francisca de Souza, 1997 (GR BARUERI), 30.05,21
3.ª, Leticia Cibulskis, 1996 (IEMA), 30.36,64
4.ª, Carolina Fontoura Moreno, 1996 (PROCEMPA/SOGIPA), 30.52,75
5.ª, Debora Natalia dos Santos, 1997 (ORCAMPI UNIMED), 31.21,40
6.ª, Adriana Soares da Silva, 1996 (ORCAMPI UNIMED), 31.43,18
7.ª, Marta Alencar da Silva, 1997 (GR BARUERI), 32.12,60
8.ª, Tamires Alves de Souza, 1997 (IEMA), 32.32,16
9.ª, Larissa Santos de Oliveira, 1998 (A.D. CENTRO OLÍMPICO), 33.08,32
10.ª, Jeniffer Rodrigues de Santana, 1997 (A.D. CENTRO OLÍMPICO), 33.19,39
11.ª, Kelyn Zucco, 1997 (UCS), 34.28,93
12.ª, Leticia Pereira de Santana Vaz, 1998 (C.A.Aramaçan), 34.43,68
13.ª, Gabrielly Cristina Moreira da Silva, 1998 (IDEAL BRASIL), 35.27,27

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Tysse e Helgheim, campeões de pista da Noruega em Tønsberg

Erik Tysse e Merete Helgheim, e a partida das provas.
Fotos
Bjørn Johannessen/Kondis
Erik Tysse (Norna-Salhus IL) e Merete Helgheim (Gloppen Friidrettslag) obtiveram os títulos nacionais da Noruega ao vencerem as provas de marcha do programa dos campeonatos, disputados, entre os dias 23 e 25 deste mês, em Tønsberg, cidade situada no sul da Noruega.

Tysse obteve um registo melhor que 19 minutos (18.59,17) na prova de 5.000 metros masculinos, ele que detém 18.37,17 como a sua melhor marca na distância, desde 31 de Julho de 2009, em Lillehammer. Nas segunda e terceira posições chegariam os atletas do Viking-TIF, Håvard Haukenes, com 20.57,11, e Joakim Saelen, com 21.21,91, um recorde pessoal.

O pupilo de Stephan Plätzer, e o irmão mais novo da retirada marchadora internacional, Kjersti Tysse Plätzer, manifestou-se muito satisfeito por ter conseguido baixar dos 19 minutos, depois do desapontamento que constituiu a sua recente participação nos 50 km dos Mundiais de Atletismo na Rússia, cuja prova abandonou cerca dos 35 km por problemas de estômago. Segundo referiu, a não ter acontecido esse percalço, estava em condições de lutar por uma medalha em Moscovo, estando a prata ao seu alcance.

Na prova feminina de 3.000 metros, Merete Helgheim conseguiu 14.19,62, marca que deixou a atleta satisfeita mas, em sua opinião, sem motivo para celebração por de ter sido a única participante. Apesar dos seus 32 anos de idade e de se ter iniciado na disciplina há cerca de 3/4 anos apenas, repetiu a conquista do título nacional na época passada e foi já campeã nórdica em 2010. Contudo, a marcha atlética é considerada mais um «hobby» pois a sua prioridade tem sido as provas de montanha, tendo, nesta variante, obtido medalhas na participação em campeonatos nacionais.

Classificações

5.000 metros masculinos
1.º, Erik Tysse, 1980 (Norna-Salhus IL), 18.59,17
2.º, Håvard Haukenes, 1990 (Viking, TIF), 20.57,11
3.º, Joakim Saelen, 1993 (Viking, TIF), 21.21,91
4.º, Fredrik Vaeng Røtnes, 1996 (BUL-Tromsø, Friidrett), 24.31,18
5.º, Sindre Ølness, 1993 (Søfteland TIL), 25,41,22
Desistente: Syver Andersen Morvik, 1993 (Viking, TIF).

3.000 metros femininos
1.ª, Merete Helgheim, 1980 (Gloppen Friidrettslag), 14.19,62

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Jerzy Hausleber internado em estado grave

Jerzy Hausleber. Foto: Mexsport
O conceituado treinador de marcha Jerzy Hausleber encontra-se internado desde o passado dia 13 de Agosto em situação que de momento é considerada grave. O treinador de origem polaca, naturalizado mexicano em 1984, deu entrada numa unidade hospitalar da Cidade do México na sequência de uma embolia cerebral que resultou de queda sofrida ao final desse dia. Revelando perda da capacidade de falar, Hausleber foi transportado ao Centro Médico Século XXI, onde ficou internado.

Com 83 anos cumpridos no primeiro dia do mês, Jerzy Hausleber começou a recuperar a fala logo no dia seguinte à hospitalização. No entanto, sábado passado, dia 24, quando já tudo se conjugava para receber alta, sofreu um enfarte do miocárdio, tendo sido de imediato transferido para os cuidados intensivos de cardiologia do mesmo hospital. Atendendo à idade e ao historial clínico do consagrado professor, a sua situação tem-se mantido crítica.

Jerzy Hausleber nasceu na Polónia em 1 de Agosto de 1930, tendo-se instalado no México em Maio de 1966, para desenvolver um trabalho de preparação dos marchadores mexicanos para os Jogos Olímpicos de 1968, que iriam ter lugar na capital daquele país. Aí ficou até hoje, sendo o responsável técnico por numerosos sucessos dos marchadores mexicanos, com destaque para as três vitórias olímpicas de Daniel Bautista (Montreal-1976, 20 km), Ernesto Canto (Los Angeles-1984, 20 km) e Raúl González (Los Angeles-1984, 50 km).

Todo o trabalho desenvolvido no México, transformando esse país numa superpotência mundial da marcha atlética e contribuindo de forma decisiva para tantos sucessos internacionais, granjeou enorme prestígio a Jerzy Hausleber, reconhecido como uma das figuras de maior relevo na história mundial da modalidade.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Brasileira Elysle Albino é campeã pan-americana de juniores

A prova feminina em Medellin, identificando-se, da esq.ª
para a dt.ª, Jessica Hancco Merca, Sara Pulido,
Maritza Poncio Tzul, e a vencedora Elysle Albino.
Fotos: Alfredo Quispe. Montagem: O Marchador.
Elysle Albino conquistou este domingo o título pan-americano de juniores ao triunfar nos 10.000 metros marcha, com o tempo de 50.26,44, relegando para as posições imediatas do pódio atletas de países com forte projeção internacional na especialidade, casos da Colômbia, com Sara Pulido (50.44,19), 2.ª classificada, e da Guatemala, com Maritza Tzul (50.50,37), 3.ª classificada.

Crónica campeã brasileira nas categorias de juvenis e juniores, Elysle Albino, que participou nos campeonatos mundiais de juvenis de 2011, em Lille, é treinada por José Eugênio Pinheiro, um dos mais conceituados treinadores de marcha atlética do Brasil, nos escalões jovens, desenvolvendo um interessante projeto de descoberta de novos talentos no atletismo do Nordeste, a que foi dado o nome de “Atletas com Futuro”.

Elysle, estudante do Instituto Técnico Federal, iniciou-se na prática da especialidade há cerca de 6 anos, e representa o Clube de Atletismo Carcará, de Natal (Rio Grande do Norte). Em julho deste ano, no campeonato brasileiro de juniores, conseguira o passaporte para os pan-americanos ao sagrar-se campeã nacional com o tempo de 52.27,25, recorde dos campeonatos.

Resultados:

10.000 metros marcha femininos
1.ª, Elysle Albino (Brasil), 50.26,44
2.ª, Sara Patricia Pulido (Colômbia), 50.44,19
3.ª, Maritza Poncio Tzul (Guatemala), 50.50,37
4.ª, Jessica Hancco Merca (Perú), 51.02,94
5.ª, Carolina Mariño (Colômbia), 53.13,09
6.ª, Cheskaya Rosales (Venezuela), 58.07,05
Desclassificadas: Emily Pistor (Brasil) e Sonia Barrondo Garcia (Guatemala).

domingo, 25 de agosto de 2013

Mexicano Erwin Gonzalez vence nos Pan-americanos de juniores

Erwin Gonzalez no comando. Foto: Alfredo Quispe.
Montagem: O Marchador.

Erwin Gonzalez sagrou-se, este sábado, campeão pan-americano de júnior ao vencer a prova de 10.000 metros marcha, com o tempo de 40.36,85. Na segunda posição classificou-se o equatoriano Brian Pintado, com 41.21,97, e, no terceiro lugar, o colombiano Kenny Martin, com 41.53,86.

A competição, que vai na sua 17.ª edição, decorre na cidade de Medellín, na Colômbia, dias 23, 24 e 25, e conta com a participação de cerca de 600 atletas, em representação de 47 países.

O resultado que Gonzalez obteve nestes campeonatos é de muito bom nível, superando a marca obtida por Eider Arevalo em 2011, quando o atual campeão mundial júnior e vencedora da última Taça do Mundo (Barcelona e Saransk), obteve o título, então com 41.29,81.

Gonzalez, que tem 19 anos, feitos em 7 de fevereiro do corrente ano, é estudante de Direito e vive na Cidade do México, concretamente no CNAR (Centro Nacional de Alto Rendimento). Em 2009 subiu ao pódio dos Campeonatos Mundiais de Juvenis, realizados em Lille, obtendo a medalha de bronze nos 10.000 metros marcha.

Este jovem talento mexicano, que treina semanalmente entre 120 a 140 quilómetros, ambiciona, a médio prazo, competir pela seleção do seu país, nos mundiais de Pequim, em 2015, e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nos 20 ou nos 50 km, lutar por uma medalha.

Resultados:

10.000 metros marcha masculinos
1.º, Erwin Gonzalez (México), 40.36,85
2.º, Brian Pintado (Equador), 41.21,97
3.º, Kenny Perez (Colômbia), 41.53,86
4.º, José Barrondo (Guatemala), 42.00,98
5.º, Marco Pardo (Bolívia), 42.12,83
6.º, Bruno Fidelis (Brasil), 42.58,49
7.º, Richard Vargas (Venezuela), 43.16,08
8.º, Paola Calderon (Perú), 43.25,87
9.º, Esteban Soto (Colômbia), 43.34,85
10.º, Jurgen Chavez (Guatemala), 44.54,89
11.º, Franco Chocho (Equador), 45.56,39
12.º, Fernando Ninan (Perú), 46.08,41
13.º, Ricardo Rivera (México), 47.25,78

sábado, 24 de agosto de 2013

Balanço da marcha portuguesa em Moscovo: comentário geral

Marchadores portugueses em Moscovo: João Vieira, Ana Cabecinha,
Inês Henriques, Vera Santos, Pedro Isidro e Sérgio Vieira.
Fotos: IAAF e Jeff Salvage. Montagem: O Marchador.
Entre órgãos de imprensa e redes sociais, vários foram os balanços da participação portuguesa nos mundiais de Moscovo que, de forma mais explícita ou mais velada, deixaram a ideia que poderia resumir-se nos seguintes termos: «Neste momento, em Portugal o atletismo é a marcha» (António Simões, Facebook, 15/8).
 
O comentário parece simpático para a marcha e os marchadores. Tantas vezes relegados para terceiros planos informativos, mesmo quando aconteceram alguns dos maiores sucessos competitivos internacionais, os marchadores sentem por certo a alegria do reconhecimento público das suas qualidades e do resultado do esforço de anos de treino. Mas desenganem-se os que não «topam» para lá do evidente. Ainda que haja vários níveis de leitura daquelas palavras do jornalista de «A Bola», não se pode, por um lado, desconsiderar o esforço de todos os que, não sendo marchadores nem lhe estando ligados por qualquer função, todos os dias se empenham em que o atletismo seja uma realidade múltipla, e, por outro lado, esquecer que grandes atletas, com irrefutáveis provas dadas, tentaram até ao último momento e em condições de desvantagem obter os mínimos de participação nos mundiais em disciplinas que não a marcha atlética (e nem o facto de não os terem conseguido diminui a sua importância no atletismo português e mundial). Portanto, há mais atletismo para além da marcha.
 
O problema é que a marcha portuguesa continua a não ter profundidade. Inebriados por sucessos individuais ou colectivos registados nos últimos anos (para alegria de todos, mas só alguns acautelados na não criação de expectativas irrealistas), muitos têm pensado que o nosso país já é uma potência mundial da marcha. Mas as potências são outra coisa. São aqueles países que colocam dez ou quinze atletas nos vinte ou trinta primeiros das listas mundiais de cada ano das diferentes distâncias olímpicas. E dominam em quantidade e qualidade nos diferentes escalões etários. E têm uma taxa de participação desportiva que revela verdadeiro envolvimento da sociedade no desporto. Isso, sim, são as grandes potências da marcha (e do desporto). 

Em Portugal, alguns casos excepcionais, felizmente em quantidade superior ao que a qualidade organizativa poderia fazer supor, deram a ilusão de que estávamos entre os melhores dos melhores. Mas a dura realidade (do passado e do presente, mas previsivelmente também do futuro) é que depois de uma vanguarda de grande valor não se constituiu uma retaguarda que servisse de alternativa ou de possível reserva em caso de necessidade. Como já se nota sobretudo no sector masculino, Portugal tem alta qualidade mas baixa quantidade (ou baixa densidade). Há jovens a prometer bons níveis competitivos futuros, mas na maior parte dos casos ainda estão longe do topo, são em quantidade exígua e não se encontram enquadrados por qualquer projecto central de desenvolvimento da marcha, que vá além do empenho associativo dos respectivos clubes e da abnegação dos treinadores. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Balanço da marcha portuguesa em Moscovo: 50 km

Pedro Isidro na sua estreia em campeonatos do Mundo
da IAAF. Foto: Viacheslav Degtyarenko
Concluindo a análise da participação portuguesa nas provas de marcha dos Campeonatos do Mundo de Atletismo de Moscovo, pode dizer-se que, em relação a Pedro Isidro nos 50 km (28.º, 3.57.30), a nota de maior destaque vai para o facto de até aos 47 quilómetros o atleta do Benfica ter estado em clara rota de recorde pessoal, que acabou por não atingir por aparente dificuldade de controlo de indisposição na volta final ao circuito, antes do regresso ao estádio. Apenas uma vez marchadores portugueses tinham conseguido melhor marca em mundiais da distância (José Pinto, Roma-1987, menos 50 segundos).
 
Quanto a classificações, vários atletas conseguiram melhores posições classificativas em edições anteriores, mas uma análise mais cuidada desses termos comparativos revelam que tal foi muitas vezes conseguido ou com marcas de menor valia ou perante alinhamentos de partida muito mais reduzidos. O marchador do Benfica, além de ter feito uma marca invulgar para portugueses em mundiais, terminou em 28.º entre 60 atletas à partida (e 46 na chegada).

Em resumo, os mundiais de Moscovo forneceram não apenas excelentes espectáculos de marcha atlética mas algumas das melhores competições internacionais de sempre da especialidade, com valorosos desempenhos globais e individuais dos representantes de Portugal. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Balanço da marcha portuguesa em Moscovo: 20 km femininos

A marcha feminina em Moscovo representada por Vera Santos,
Inês Henriques e Ana Cabecinha. Foto: Filipe Oliveira/Atleta-Digital.
A prova feminina dos 20 km marcha dos mundiais de Moscovo suscitava boas expectativas quanto ao desempenho das atletas portuguesas. Sabia-se que Ana Cabecinha e Inês Henriques se encontravam em boas condições e que Vera Santos se reaproximara da melhor forma. Um resultado ao nível do recorde nacional seria uma surpresa, mas de resto tudo era de esperar.
 
Inês Henriques e Ana Cabecinha mantiveram-se sempre com a situação controlada, mas não demonstrando à-vontade suficiente para chegar aos lugares da decisão. Mesmo quando Inês (e Ana também) forçou na perseguição às líderes Anežka Drahotová e Elisa Rigaudo, o resultado foi menos positivo do que se desejava, já que a atleta de Rio Maior acabou por acumular notas de desclassificação que lhe condicionaram o empenho no resto da prova.
 
Aparentemente menos segura de si e, talvez por isso, mais cautelosa, Ana Cabecinha teve maior contenção (ainda que sempre junto de Inês, mesmo nos momentos de maior esforço) e terá por isso colhido melhores frutos, terminando em lugar de finalista (8.ª), sendo Inês a 11.ª
 
Vera Santos manteve-se sempre mais discreta mas também em alto desempenho, pelo menos considerando a sua condição no momento. Foi pena ter ficado um lugar fora das 16 primeiras, mas a marca (1.31.36) era a sua segunda melhor do ano.
 
Em termos comparativos, já em várias edições tinham sido conseguidas melhores classificações por estas três atletas. Ana Cabecinha fora sétima há dois anos em Daegu, Inês Henriques tinha um sétimo lugar de Ósaca-2007 e Vera Santos tinha sido quinta em Berlim-2009. 

Mas, combinando classificações com marcas, conclui-se que estes campeonatos tiveram um nível qualitativo muito elevado. Repare-se que a marca de Ana Cabecinha (1.29.17) foi a segunda melhor de sempre de atletas portuguesas em mundiais, havendo apenas duas abaixo da hora e meia (esta incluída); o resultado de Inês Henriques (1.30.28) é o seu melhor de sempre em campeonatos do mundo e a quarta de marchadoras portuguesas nestas competições; e a de Vera Santos, não sendo a sua melhor em mundiais, é exactamente igual à obtida por Ana Cabecinha há dois anos, quando foi sétima. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Balanço da marcha portuguesa em Moscovo: 20 km masculinos

Os irmãos Vieira, o Sérgio e o João.
Foto: Filipe Oliveira/Atleta-Digital
Terminados os 14.os Campeonatos do Mundo de Atletismo, realizados em Moscovo de 10 a 18 de Agosto, os marchadores portugueses podem fazer um balanço positivo do respectivo desempenho na capital russa. Perante um conjunto de resultados de elevado nível em qualquer das provas da especialidade inscritas no programa, as marcas e as classificações alcançadas pela maioria dos seis marchadores portugueses representam um valor muito elevado no contexto geral dos três quadros classificativos.
 
Apreciemos hoje os 20 km masculinos. Nesta prova, é claro que o quarto lugar de João Vieira suplantou todas as expectativas. Ainda que o marchador do Sporting já tenha dado mostras de conseguir surpreender nos grandes momentos (apesar de nem todas as surpresas terem sido positivas) e que, por isso mesmo, fosse de admitir qualquer classificação, era difícil imaginar o recordista nacional da distância quase a lutar por uma medalha. E foi o que fez, graças a uma prova de regularidade, que veio confirmar o bom momento de forma demonstrado nos Campeonatos de Portugal de Julho passado, em Leiria.
 
Como já foi assinalado, apenas Susana Feitor conseguiu melhor ou igual ao quarto lugar de João Vieira em Moscovo, com o terceiro posto de Helsínquia-2005 e o quarto de Sevilha-1999. Quanto à marca averbada (1.22.05), apenas em Berlim-2009 João Vieira alcançara melhor em mundiais, então com 1.21.43 h.

Já Sérgio Vieira pareceu não estar integrado na competição a não ser na fase inicial da prova. Cedo entrou em andamentos pouco interessantes a este nível competitivo e acabou com uma classificação (40.º) e uma marca (1.28.34) muito abaixo do que estava a valer. A confiança revelada antes da prova não se transmitiu para dentro da prova e a oportunidade de um bom resultado ficou perdida. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Multidão entusiasmada recebe Heffernan de regresso a Cork

Celebrações no regresso de Heffernan.
Fotos: Conor Heneghan e Daragh McSweeney.
Foi ao som da conhecida música irlandesa “Riverdance” que muitos milhares de irlandeses esperaram por Rob Heffernan, no seu regresso a Cork, alguns até, dançando animadamente, enquanto outros faziam ondular, freneticamente, bandeiras irlandesas.

O terminal do aeroporto de Dublin foi pequeno para receber os simpatizantes que se aglomeraram na homenagem ao novo herói da Irlanda, que seguiu, depois, num autocarro de caixa aberta, género daqueles que se vêem na capital portuguesa, com turistas. À Chegada a Cork, Heffernan agradecia saudando a multidão enquanto uma banda de música dava um ainda maior colorido à festa.

“Somos um grande país. Estou muito orgulhoso. Agradeço todo o vosso apoio “, disse, emocionado, Heffernan, manifestando o desejo de triunfar nos Europeus de Zurique, no próximo ano, e concentrar, depois, todos os seus esforços nas olimpíadas do Rio de Janeiro.

Num momento, mais um, de grande euforia que viveu, não se esqueceu do apoio da sua mulher, Marian, dos seus dois filhos, e do treinador, e relembrou, especialmente, a desilusão, que assim a encarou, do 4.º lugar nos Jogos de Londres mas que, por outro lado, constituiu um momento de viragem na sua carreira. “Fomos de férias, eu estava desanimado e a pensar retirar-me. Mas as crianças deram-me força, pedindo-me que não desistisse”.

Robert Heffernan foi o primeiro atleta masculino do seu país a conquistar a medalha de ouro em 30 anos de mundiais. Venceu os 50 km marcha com o tempo de 3.37,56 h, a melhor marca mundial do ano, superando o favorito Mikhail Ryzhov. O último atleta não russo a vencer nesta disciplina fora o australiano Nathan Deakes, em 2007.

O atleta irlandês, de 35 anos, esteve, por várias vezes, prestes a conseguir uma medalha num grande evento internacional. Em 2010, nos Europeus de Barcelona, foi 4.º classificado nos 20 km e 50 km. Em 2011 falhou a presença nos Mundiais de Daegu, quando havia conseguido a melhor marca do ano nos 50 km marcha, preferindo acompanhar a sua mãe, que tivera um súbito problema de saúde. E nos Jogos de Londres, em 2012, mais uma classificação perto das medalhas, o 4.º lugar nos 50 km.

Ainda recentemente, uma publicação especializada no atletismo referiu-se, engraçadamente, ao atleta irlandês, apelidando de “Mr. Fourth Place”.

Marian Heffernan, que é uma especialista de nível internacional nos 400 metros, descreve a vitória do seu marido como fruto de 10 anos de intenso trabalho. Na mesa de abastecimentos, durante a competição, fez a função, igualmente de psicóloga. Atribuiu ao treinador Ray Flynn, uma importante quota-parte do sucesso obtido por Rob.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Anezka Drahotová, marchadora revelação nos Mundiais de Moscovo

Anezka Drahotová em Moscovo.
Foto: Jeff Salvage
A atleta júnior Anezka Drahotová, nascida em Ústí nad Labem, na República Checa, em 22 de julho de 1995, merece ser considerada como a grande revelação da marcha atlética no panorama mundial em 2013.

Nos Campeonatos Europeus de Juniores, realizados em Rietti, a que fizemos referência na nossa peça de 18 de julho, e ao contrário das expetativas que apontavam para o domínio russo nas provas de marcha, sagrou-se, de forma categórica, campeã europeia nos 10.000 m (44.15,87), ficando a sua irmã gémea, Eliska, no 3.º lugar, naquelas que foram as primeiras medalhas obtidas pela República Checa no evento.

Mas o que não se esperaria, de todo, era o resultado conseguido nos Campeonatos Mundiais de Moscovo. Destemida, isolou-se, com Elisa Rigaudo, nos primeiros quilómetros da prova de 20 km, impondo elevado ritmo. Classificou-se na 7.ª posição e igualou o recorde nacional, com a extraordinária marca (para uma atleta júnior), de 1.29.05.

Na história do atletismo da República Checa, em mundiais de atletismo, apenas uma outra atleta classificara-se, na prova dos 20 km marcha, num dos lugares de finalista, Barbora Dibelková, então com 22 anos, que concluiu a competição de Helsínquia (2005), na 5.ª posição, curiosamente com o mesmo tempo que Drahotová em Moscovo, e que foi também treinada por Ivo Pitak, seu marido.

Atleta muito alta, tem uma curiosa faceta. Além de competir em provas de marcha, com o sucesso conhecido, também participa em provas de corrida tendo, inclusivamente, ajudado o seu clube, o USK Praha, a classificar-se na 4.ª posição da Taça dos Campeões Europeus, realizada em Vila Real de Santo António, a 25 de maio último. Participou na prova dos 3.000 m obstáculos, onde foi 5.ª classificada, com o tempo de 10.10.45.

Em 2012 concluiu a meia maratona de Praga (primeiro ano de júnior) com o tempo de 1.19.33. Competindo, com sucesso, em outras disciplinas dos campeonatos do seu país, evidenciou-se também no ciclismo, onde venceu várias provas.

Com grande potencial atlético, vamos aguardar, com espetativa, o que o futuro reservará a Anezka Drahotová.

domingo, 18 de agosto de 2013

Ato Ibáñez competiu nas duas provas de marcha dos Mundiais de Moscovo

Ato Ibáñez e, entre outros, Robert Heffernan.
Foto: Jeff Salvage
O marchador sueco Ato Ibáñez foi o único atleta a participar nas duas competições de marcha (20 e 50 km) dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, realizadas com um espaço temporal de apenas 2 dias e meio.

Ibáñez nasceu a 14 de novembro de 1985, e é filho de uma ex-marchadora, Vera-Siw Gustafsson, agora Siw Karlstrom.

Treinado pela sua mãe, foi 23.º nos 20 km, disputados no dia 11, realizando o tempo de 1.24.49, enquanto o seu irmão, Perseus Karlstrom classificava-se na 38.ª posição. Apenas 2 dias e meio depois, a 14 de agosto, Ato Ibáñez participou nos 50 km, classificando-se na 22.ª posição, com um recorde pessoal de 3.53.38, melhorando a sua anterior melhor marca, de Dudince, em 2012, por quase 10 minutos.

“Quando comuniquei a intenção de realizar as duas provas, nos mundiais, apelidaram-me de “louco”, escreveu Ibáñez no seu blogue pessoal, admitindo ter tido uma motivação extra na prova dos 50 km, quando acompanhou, até perto dos 20 quilómetros, o grupo da dianteira com vários atletas medalhados em importantes competições.

Ainda na prova de 50 km, o atleta percorreu em cada 10 km, 44.52, 44.13 (1.51.14 aos 25 km), 44.56, 48.33 e 51.04. “Lutei o máximo que pude. Terminei exausto, e não conseguia dar sequer um passo. Tiveram de me levar numa cadeira de rodas”, comentou Ibáñez que agradeceu toda a ajuda e o carinho da sua mãe, bem como o apoio de amigos e familiares.

sábado, 17 de agosto de 2013

Boa consistência dos Juízes de Marcha em Moscovo

O «staff» do ajuízamento da marcha em Moscovo.
Foto cedida por Pierce O'Callaghan.
Os 8 experientes juízes de marcha que fiscalizaram a ação regulamentar dos 185 participantes nas três provas de marcha dos Campeonatos Mundiais de Atletismo produziram, a nosso ver, um bom trabalho técnico.

Coordenados por um juiz-chefe, que não exerceu a possibilidade de desclassificar diretamente qualquer atleta nos últimos 100 metros de prova, que ainda foi coadjuvado por dois assistentes na tarefa de desclassificar atletas, os juízes de marcha emitiram propostas de desclassificação para 122 atletas, 80 por suspensão (65,6%) e 42 por flexão (34,4%).

Foram desclassificados 17 atletas, o que corresponde a 9,2% do total de participantes, 8 deles na prova dos 50 km. Daegu, em 2011, com 139 atletas, registara uma elevada percentagem de desclassificações: 15,8% (22 atletas).

18 atletas (9,7%) estiveram à beira da desclassificação, metade deles nos 20 km masculinos, enquanto 30 registaram apenas uma falta, o que corresponde a 16,2% do total.

Um dos elementos importantes na apreciação do bom nível de consistência dos juízes relaciona-se com o facto de 120 atletas, 64,9% do total de participantes nas três provas do programa, não terem registado qualquer falta, o que igualmente abona quanto ao nível técnico das competições.

Outra das curiosidades estatísticas sobre o trabalho realizado pelos juízes do painel internacional, que têm, sempre, na sua posse, duas raquetas, uma com o símbolo da suspensão e outra com o da flexão, refere-se ao número de vezes que foram exibidas: 345 vezes, 247 por suspensão e 149 por flexão. 

A amostragem das raquetas pode constituir, para um atleta, um importante elemento de avaliação do seu momento técnico e, consequentemente, preventivo no evitar do cometimento da falta ou significando que, em nova observação, o juiz poderá não lhe conceder nova oportunidade.

Por vezes os comentadores televisivos transmitem aos espetadores a ideia (errada) de que a mostragem da raqueta amarela equivale a uma falta quando esta, escrita pelo juiz num cartão vermelho é enviada para o secretariado, tomando o atleta dela conhecimento apenas no Quadro de Faltas. 

Na foto, gentilmente cedida por Pierce O’Callaghan, contam-se, da esquerda para a direita, Shande Yang, Daniel Michaud, Cándido Velez, Frédéric Bianchi, Jordi Estruch, Steve Taylor, Maris Peterson, Maurizio Damilano, Pierce O’Callaghan, Khoo Chong Beng, Jean-Pierre Dahm, e Peter Marlow.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Lashmanova e Tallent vencem challenge mundial. Portugueses em posições cimeiras.

Tallent e Lashmanova em Moscovo.
Fotos: Jeff Salvage. Montagem: O Marchador.
Elena Lashmanova, campeã mundial, e Jared Tallent (medalha de bronze nos 50 km marcha), foram os vencedores da edição deste ano do challenge mundial da marcha atlética, instituído pela Federação Internacional de Atletismo e que culminou com a realização dos Campeonatos Mundiais de Atletismo. João Vieira, Ana Cabecinha e Inês Henriques classificaram-se nos primeiros três lugares.

A classificação geral apresenta nomes de 37 atletas masculinos e de 23 atletas femininos, todos eles tendo realizado, pelo menos, três competições internacionais e em lugares pontuáveis, como o regulamento obriga. As 10 provas incluídas no challenge foram realizadas nos cinco continentes e inseriram-se, por ordem de importância e consequentemente de maior valoração, nas categorias A (Campeonatos Mundiais), B (Chihuahua, Taicang, Sesto San Giovanni e Corunha), e C (Hobart, Nomi, Lugano, Rio Maior, Podebrady, Maurice, Dudince-Taça da Europa, Guatemala-Pan-americanos, e Dublin).

No setor masculino, o australiano Jared Tallent, medalha de bronze nos 50 km dos Mundiais, foi o mais regular nos quatro eventos em que participou, obtendo 34 pontos, sendo seguido de João Vieira (5 eventos), com 28 pontos, muito graças à sua extraordinária atuação nos 20 km dos Mundiais. Em abril vencera o Grande Prémio de Rio Maior. O eslovaco Matej Tóth (4 eventos) foi o terceiro classificado, com 26 pontos.

No setor feminino, incontestável vencedora a jovem atleta russa, Elena Lashmanova, campeã mundial, com 38 pontos, tendo vencido os outros dois eventos em que participou, Rio Maior e Sesto San Giovanni. Inês Henriques (6 eventos), vencedora em Chihuahua e na Corunha, registou 34 pontos, o que lhe conferiu a segunda posição no challenge, enquanto outra portuguesa, Ana Cabecinha (6 eventos), finalista nos mundiais, fecharia o pódio. Vera Santos situou-se na 11.ª posição.

Curiosamente, na classificação feminina, Lucie Pelantová, atleta da República Checa, mercê da regularidade competitiva nas seis provas do challenge em que participou, incluindo Rio Maior, posicionou-se na quarta posição, apesar de ter sido a última classificada (57.ª) nos mundiais. Na classificação consta ainda a mexicana Mónica Equihua, vencedora de Podebrady mas que teve, igualmente, um dia menos conseguido em Moscovo (52.ª). 

A IAAF, juntando as classificações do challenge e dos mundiais, distribuiu prémios monetários aos primeiros 12 do challenge, e aos primeiros 8 dos mundiais. No caso dos atletas nos pódios do challenge, coube a Lashmanova, 90.000 dólares americanos, Tallent, 50.000, João Vieira, 35.000, Tóth, 24.000, Inês Henriques, 20.000 e Ana Cabecinha, 18.000. De notar ainda a verba somada por Heffernan, 69.000 dólares.

Classificação final
Masculinos
1.º, Jared Tallent (Austrália), 34 pontos (4 provas)
2.º, João Vieira (Portugal), 28 (5)
3.º, Matej Tóth (Eslováquia), 26 (4)
4.º, Robert Heffernan (Irlanda), 20 (3)
5.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 20 (4)
6.º, Erik Tysse (Noruega), 18 (4)
7.º, Diego Flores (México), 17 (4)
8.º, Omar Zepeda (México), 16 (3)
9.º, Omar Segura (México), 16 (4)
10.º, Isaac Palma (México), 15 (4)
11.º, Iñaki Gómez (Canadá), 15 (3)
12.º, Yusuke Suzuki (Japão), 14 (3)
13.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 13 (3)
14.º, Grzegorz Sudol (Polónia), 13 (3)
15.º, Jakub Jelonek (Polónia), 12 (4)
16.º, Luis Fernando López (Colômbia), 11 (3)
17.º, Pedro Daniel Gómez (México), 8 (3)
18.º, Rhydian Cowley (Austrália), 6 (4)
19.º, Francisco Arcilla (Espanha), 6 (4)
20.º, Lukasz Nowak (Polónia), 6 (3)
21.º, José Leonardo Montaña (Colômbia), 5 (3)
22.º, Sérgio Vieira (Portugal), 5 (3)
23.º, Hatem Ghoula (Tunísia), 5 (4)
24.º, Rafal Augustyn (Polónia), 5 (3)
25.º, Takumi Saito (Japão), 5 (3)
26.º, Kevin Campion (França), 4 (3)
27.º, Álvaro Martín (Espanha), 4 (3)
28.º, Giorgio Rubino (Itália), 3 (3)
29.º, Jaime Quiyuch (Guatemala), 3 (5)
30.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 3 (3)
31.º, José Ignacio Díaz (Espanha), 3 (3)
32.º, Yerenman Salazar (Venezuela), 3 (3)
33.º, Alex Wright (Grã-Bretanha), 2 (4)
34.º, Andreas Gustafsson (Suécia), 2 (4)
35.º, Dzianis Simanovich (Bielorrússia), 2 (3)
36.º, Federico Tontodonati (Itália), 1 (4)
37.º, Jesús Ángel García (Espanha), 1 (3)

Femininos
1.ª, Elena Lashmanova (Rússia), 38 pontos (3 provas)
2.ª, Inês Henriques (Portugal), 34 (6)
3.ª, Ana Cabecinha (Portugal), 23 (6)
4.ª, Lucie Pelantová (República Checa), 17 (6)
5.ª, Mónica Equihua (México), 16 (5)
6.ª, Júlia Takács (Espanha), 16 (4)
7.ª, Kumi Otoshi (Japão), 13 (3)
8.ª, Yanelli Caballero (México), 13 (4)
9.ª, Elisa Rigaudo (Itália), 11 (3)
10.ª, Beatriz Pascual (Espanha), 11 (4)
11.ª, Vera Santos (Portugal), 10 (5)
12.ª, Anežka Drahotová (República Checa), 9 (3)
13.ª, Wendy Cornejo (Bolívia), 8 (3)
14.ª, Regan Lamble (Austrália), 7 (3)
15.ª, Tanya Holliday (Austrália), 6 (3)
16.ª, Jess Rothwell (Austrália), 5 (3)
17.ª, Mayra Herrera (Guatemala), 4 (3)
18.ª, Antonella Palmisano (Itália), 4 (3)
19.ª, Ainhoa Pinedo (Espanha), 4 (5)
20.ª, Katarzyna Kwoka (Polónia), 3 (3)
21.ª, Paulina Buziak (Polónia), 2 (3)
22.ª, Laura Reynolds (Irlanda), 2 (3)
23.ª, Federica Ferraro (Itália), 1 (3)