sábado, 13 de abril de 2013

Marcha mexicana de olhos postos no topo mundial

Atletas mexicanos em Lugano e Rio Maior,
este ano: Mónica Equihua, Pedro Daniel Gómez,
Diego Flores, Ever Palma e Isaac Palma.
Fotos: Atletismo Magazine, Jérômet Genet.
Bandeira: Debutante Debris.
Montagem: O Marchador.

Em 1966, nos preparativos para os Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, as autoridades desportivas convidaram um grupo de treinadores estrangeiros, de várias modalidades, com o objetivo de melhorar as prestações dos seus atletas. O polaco Jerzy Hausleber era um deles. Começava aí o fantástico percurso da marcha mexicana pelo mundo fora.

Com brilhantes prestações nas principais competições internacionais, principalmente na segunda metade da década de 70 e na primeira da década de 80, a marcha atlética no México é a disciplina n.º 1 do atletismo e aquela que mais medalhas olímpicas deu ao país.

Após um período de menor fulgor, assiste-se, presentemente, a sinais muito positivos dos marchadores mexicanos, na arena internacional. Em Lugano, na primeira das provas do circuito europeu do ano, os três mexicanos que aí acudiram, obtiveram marcas de relevância internacional na prova de 20 km., realizando mínimos “A” da federação internacional para os mundiais de Moscovo. Isaac Palma foi 5.º com 1.21.13, Pedro Daniel Gómez 8.º com 1.21.18, e Ever Palma 11.º, com 1.22.02. Significativo, de facto!

Ainda recentemente, nos 20 km. do Grande Prémio Internacional de Rio Maior, outros dois atletas destacaram-se: Diego Flores, 3.º com 1.21.56 e Mónica Equihua, 5.ª com 1.31.09, ambos conseguindo mínimos “A” para Moscovo, com novos máximos pessoais. E ainda há outros, com reais possibilidades de integrarem a equipa azteca para os mundiais, nomeadamente e entre outros, Eder Sánchez (20 km) e Horacio Nava (50 km). A seleção será conhecida após a realização da Taça Pan-americana, em maio próximo.

José Alvarado, diretor da Escola Nacional de Marcha, e que foi o “braço direito” de Jerzy Hausleber, o homem que revolucionou a marcha mexicana, nos anos 60, tem ao seu dispor, no Centro de Alto Rendimento, na Cidade do México, uma vintena de jovens promissores, com quem trabalha diariamente esperando resultados animadores num futuro próximo.

Em campeonatos mundiais, o México obteve 11 medalhas no atletismo, 6 delas na marcha, com Ernesto Canto a vencer os 20 km de Helsínquia (1983) e Daniel Garcia os 20 km de Atenas (1997). Nos Jogos Olímpicos, três nomes figuram nas páginas douradas da marcha mexicana: Daniel Bautista (20 km de Montreal, em 1976), Raúl González (50 km de Los Angeles, em 1984) e Ernesto Cantos (20 km de Los Angeles, em 1984).