domingo, 27 de maio de 2012

Francisco Reis vai representar a Grã-Bretanha

O antigo atleta internacional português Francisco Reis anunciou que vai representar a Grã-Bretanha em competições internacionais de veteranos, já esta época. Reis, que competiu por Portugal em mais de uma ocasião, teve o seu momento mais importante em Nova Iorque, no ano de 1987, aquando da estreia do país em grandes eventos internacionais, no caso, a Taça do Mundo de Marcha.

A viver em Londres desde 1984, o atleta português esteve largo tempo inativo para a competição após a Taça do Mundo, facto que relaciona, em parte, com a intensidade dos treinos a que se sujeitou nesses tempos. Operado por duas vezes, retomaria a atividade física fazendo corrida e BTT, mas sem nunca esquecer a sua grande paixão, a marcha atlética.

“Naqueles primeiros tempos, apesar das dificuldades próprias de quem chega a um país diferente do seu, no plano desportivo, receberam-me com muito carinho. Chamavam-me, inclusivamente, ‘the wonder boy’. Era um tempo de bons atletas: Chris Maddocks, Ian McCombie, Paul Blagg, Andy Drake e Roger Mills, que chegou a ser meu treinador.”

Nos últimos anos, voltou à atividade competitiva e com o empenhamento no treino, apesar de alguns contratempos, o desempenho tem sido muito positivo. Sentiu-se muito bem acolhido pelos dirigentes do clube que representa, o Ilford Athletic Club. Passou a ganhar provas e, quando teve a possibilidade de ir a um Campeonato do Mundo de Veteranos, contactou a Federação Portuguesa de Atletismo solicitando equipamento.

“Da FPA disseram-me que os equipamentos eram só para os atletas internacionais. Fiquei muito desiludido. Esquecem os pioneiros da especialidade.  Se estou a competir no Reino Unido ganhando provas todas as semanas, isso não seria também representar Portugal?”

Assim, tendo em conta o respeito com que tem sido tratado por toda a comunidade atlética do Reino Unido, sentiu-se na obrigação de retribuir representando aquele país.

“Estou muito contente por representar dois países na minha carreira, não esquecendo o meu país. VIVA PORTUGAL!”